Amapaense quer ser o primeiro árbitro com deficiência da CBF
Com má-formação dos braços, Fabrisio tem luta diária contra o preconceito
O amapaense Fabrisio Ferreira, de 28 anos, sonha em ser a primeira pessoa com uma deficiência física no quadro de árbitros da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Ele nasceu com uma má-formação dos membros superiores e tem os braços mais curtos, mas isso não o impede de seguir atrás do seu objetivo.
Árbitro de futebol há dois anos pela FAF (Federação Amapaense de Futebol), ele já atuou na categoria sub20, no campeonato estadual feminino e em um evento não profissional de 2018.
No dia 10 de agosto, deu mais um passo ao apitar a final do Estadual sub-15 entre São Paulo e Ypiranga.
O desejo de apitar surgiu ainda na faculdade de educação física, enquanto estudava a matéria sobre futebol. A princípio, ele tentou uma carreira como jogador, mas preferiu se concentrar nos estudos.
“Vi a possibilidade de ser um árbitro federado e assim poder estar na CBF, independentemente da deficiência física. Não pensei duas vezes em apostar nesse sonho”, comenta.
De acordo com a FAF, Fabrisio é o primeiro árbitro federado com deficiência física do Brasil —há outro no Piauí, de acordo com a entidade, mas que ainda não é membro da federação local.
Fabrisio conta que sofreu preconceito por causa da deficiência principalmente no ambiente da faculdade, mas também em campo.
“Muitos riam de mim por causa disso. Então a cada jogo tive que mostrar que tinha talento e potencial”, afirma. Para superar as chacotas, teve o apoio de familiares e da comissão de arbitragem do estado.
“Todo sonho é possível, não apenas para mim, mas para todos. Se você acredita e é capaz, tudo se torna mais fácil”, afirma Fabrisio. (Folha)