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DESTAQUE DO DIA Aumenta número de problemas graves nas linhas 1 e 15 do metrô

Na linha 1-azul, entre janeiro e julho, ocorreram 22 panes no sistema, ante 18 registrada­s em 2018

- MARCELO MORA WILLIAM CARDOSO

A linha 1-azul do metrô, a mais antiga da capital, registrou 22 panes graves entre 1º de janeiro e 21 de julho deste ano. No mesmo período do ano passado, foram 18 panes deste tipo— chamadas tecnicamen­te pela companhia da gestão João Doria (PSDB) de “ocorrência­s notáveis” —que podem implicar em paralisaçã­o total da linha e, em alguns casos, na implementa­ção do sistema Paese (transporte no trecho afetado por meio de ônibus).

Ou seja, houve elevação de mais de 20% deste tipo de problema no ano.

Os dados foram obtidos via LAI (Lei de Acesso à Informação). Das 22 ocorrência­s em 2019, 10 foram causadas por falhas em equipament­os de via, nove em falhas nos trens e três no sistema elétrico.

No total, foram registrada­s 56 panes graves no período nas quatros linhas operadas pelo Metrô de São Paulo. São elas: linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e o monotrilho da linha 15-prata, somando 64,7 km de extensão e 58 estações.

No mesmo período do ano passado, estas quatro linhas apresentar­am 59 falhas notáveis. Não foram levadas em consideraç­ão as linhas 4-amarela e 5-lilás, concedidas pelo governo estadual à iniciativa privada.

A linha 15-prata, o monotrilho, que começou a operar em 2014, mais que triplicou os registros de panes graves neste ano em relação ao mesmo período do ano passado.

Em 2018, foram cinco, contra 19 ocorrência­s notáveis nos sete primeiros meses de 2019: sistema elétrico e equipament­os de via, com sete cada, em composiçõe­s, com quatro, e no sistema de controle, com um.

“O que esses dados exaltam é o quanto aumentaram essas falhas e o quanto se tornaram cotidianas. Até cinco anos atrás não era assim. A impressão é de um abandono, de depreciaçã­o, que, com um discurso de que a privatizaç­ão vai resolver, gera uma suspeita. O mais lógico seria aumentar os investimen­tos”, disse Rafael Calabria, pesquisado­r em mobilidade urbana do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).

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