Chefe de facção que negociava drogas com máfia é preso no Rio
André do Rap seria o responsável por comercializar e enviar entorpecentes para países da Europa
Considerado um dos principais líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), André de Oliveira Macedo, 42 anos, mais conhecido como André do Rap, foi preso na manhã deste domingo (15) por agentes da Divisão Antissequestro do Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégicas) da Polícia Civil de São Paulo em um condomínio de luxo em Angra dos Reis (RJ). Outros três suspeitos também foram presos.
Segundo a polícia, André era responsável pela exportação de drogas e negociações diretas com a máfia italiana Ndrangheta e Europa pelo porto de Santos.
“O impacto da prisão dele é grande, porque é um dos cabeças do envio de drogas para a Europa. A gente acredita que ele possa ter elo com os mafiosos da Calábria presos em Praia Grande em julho”, afirmou Fábio Pinheiro, delegado do Dope.
Na mansão alugada pelos criminoso por R$ 20 mil mensais, foram apreendidos um helicóptero, no valor de R$ 7 milhões, uma lancha de 60 pés avaliada R$ 6 milhões e um carro de luxo.
A polícia chegou até André após ele trocar a lancha antiga, avaliada em R$ 3,5 milhões, pela nova.
“Ficamos sabendo que quem comprou a lancha não tinha capacidade fiscal, pois essa pessoa [André] só tinha uma moto CG. Como um cara que tem uma moto CG é capaz de ter uma lancha de R$ 6 milhões? Acreditamos que usava laranjas para lavar o dinheiro”, afirmou o delegado do Dope.
As buscas levaram três meses e contaram com ajuda de agentes internacionais da Itália e dos Estados Unidos. “Na última quartafeira, recebemos a informação de que ele estaria em Angra dos Reis. De madrugada, descemos com 23 policiais. Ele estava com dois comparsas. Os três procurados pelo mesmo processo de tráfico internacional, condenados a quase 15 anos de prisão”, disse Pinheiro.
André do Rap ficou por sete anos preso e desde 2014 estava foragido.
“No tráfico de drogas internacional, ele era o número um no Brasil. Agora, na hierarquia dentro do PCC, da cadeia de comando, eu não posso afirmar”, apontou o delegado. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de André.