Brasileirão chega ao final do turno com seca de gols de falta
Com nove tentos de bola parada de fora da área, Nacional tem um dos piores índices na década
Decisivo em décadas passadas, o gol de falta tem se tornado cada vez mais raro no Brasil. Em levantamento feito pelo apenas nove dos mais de 400 gols marcados na Série A do Brasileiro deste ano saíram dessas cobranças.
Logo na primeira rodada, o zagueiro Rafael Vaz decretou a vitória do Goiás sobre o Fluminense após uma pancada de bola parada, praticamente na meialua da área. Depois, porém, só mais oito tentos foram anotados em tiros assim.
Especialista no fundamento, o ex-meia Alex lamenta o desempenho dos jogadores de hoje.
“É muito simples para mim. É pouca prática! Se o jogador não praticar, não terá resultados”, afirmou ao Agora o ídolo de Palmeiras, Cruzeiro e Coritiba.
O técnico Fernando Diniz concorda. “São dois motivos: a melhora dos goleiros, em todos os fundamentos, e a falta de treino por parte dos jogadores”, enfatizou.
Ao longo da década, o Brasileirão tem tido uma queda nos gols de falta. Após 44 gols registrados em 2010 e 2011, os tentos de bola parada de fora da área atingiram o pior momento em 2016 —apenas 17 em 38 rodadas. No ano passado, foram 27.
Neste ano, decorridas 19 rodadas, foram apenas nove. Se mantiver o ritmo na segunda metade do Nacional, o índice será semelhante ao de 2016.
“Os goleiros são mais bem preparados, mais altos e ágeis. Outro ponto, os gramados são mais baixos. Antes, com a grama mais alta, a bola ficava quase suspensa”, comentou o técnico Vinícius Eutrópio, que atualmente dirige o Figueirense na Série B do Brasileiro.
Para o ex-volante Marcos Assunção, outro craque da bola parada, falta um trabalho mais consistente desde as categorias de base.
“Não se vê mais um Zico, um Rogério Ceni, um Marcelinho Carioca, um Neto, um Djalminha, um Marcos Assunção. Os gols de falta sumiram. E a culpa é de quem treina as crianças lá na base. É preciso começar a treinar esse fundamento na base”, apontou Assunção.
Não à toa, entre os grandes de São Paulo, Tricolor e Timão ainda não fizeram gols de falta neste ano.
“Culpa-se muito a preparação física, mas é preciso arrumar tempo para que os bons cobradores treinem. Lógico que existe um cuidado com o desgaste, mas isso é imprescindível, decide jogo e até campeonato”, disse Altair Ramos, preparador físico do São Paulo bicampeão mundial. Atlético-mg 8ª rodada do Brasileirão 2019 Palmeiras Oitavas de final da Copa do Brasil 2019