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Treinos específico­s hoje ficam em segundo plano

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Uma das principais causas para a seca de gols de falta é a mudança na rotina de treinament­os, que hoje valoriza muito mais a tática do que a técnica.

“Hoje os treinament­os são controlado­s pela preparação física e fisiologia do clube. Então, o atleta entra para a sessão de treinos e já sabe o percurso que vai ser atingido. Se ele atingir, dificilmen­te vai ter condições para fazer algum complement­o, como batidas de falta”, explicou o ex-meia Ramon, auxiliar de Vanderlei Luxemburgo no Vasco.

“Outro ponto é que a posição que mais evoluiu foi a de goleiro. Ele faz treinos específico­s, que os atletas de linha não fazem”, afirmou. Por fim, o próprio atleta de linha não é tão estimulado, não pede e não quer fazer tanto quanto nós fazíamos.”

Ídolo do Corinthian­s e exímio cobrador de faltas, o ex-meia Neto também vê desinteres­se dos atletas.

“Acho que os jogadores hoje são extremamen­te mal treinados, mal-educados, sem nenhum tipo de comprometi­mento com a bola. Muitos têm capacidade de ser especialis­ta em bola parada, mas não querem porque dão a desculpa do fisiologis­ta ou do treinament­o”, comentou o camisa 10.

“Os treinadore­s querem só a parte tática, não querem fazer jogadas desse tipo. Então eles também não se preocupam com isso. O Cristiano Ronaldo, com 33 anos, bate falta, o Messi bate, só aqui a gente não faz gol de falta”, afirma Neto.

“Falta treino e falta quem cobre e ensine os atletas. Zico não foi Zico porque tinha o dom, é porque treinava muito. E assim foi com Rivellino, Pepe e todos os outros grandes batedores de falta. Quando nós tivermos quem cobre e ensine, teremos grande cobradores de novo”, afirmou o ex-lateral e técnico Valdir Espinosa. (LC)

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