UPA na zona leste é inaugurada com três anos e meio de atraso
Prefeito Bruno Covas alega falta de recursos como motivo para adiamento na entrega da unidade
Depois de três anos e cinco meses do prazo inicial previsto, a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Tito Lopes, em São Miguel Paulista, zona leste, enfim foi inaugurada nesta sexta-feira (20) pelo prefeito Bruno Covas (PSDB).
As obras começaram em 30 de abril de 2015, ainda na gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), com previsão de conclusão no prazo de um ano. A construção, contudo, foi paralisada e só foi retomada na gestão de João Doria (PSDB), a partir de janeiro de 2017. O novo prazo de entrega então passou a ser junho de 2018, que também não se concretizou.
Em entrevista, Covas disse que a falta de recursos foi o principal motivo para o atraso na entrega. “Nós encontramos a prefeitura quebrada, falida. Só de UPAS, eram 12 esqueletos abandonados. Então, tivemos que encontrar recursos para terminar essas obras e para poder fazer a manutenção. Não adianta inaugurar, se depois não vai ter médico, não vai ter equipamento”, afirmou.
Consultada, a assessoria do ex-prefeito Haddad informou que ele preferiu não comentar o assunto.
Apesar da alegação da falta de recursos, reportagem do Agora, de julho, mostrou que a Prefeitura iria devolver um montante de R$ 5,2 milhões ao Ministério da Saúde que deveria ter sido utilizado na construção de ao menos 23 UPAS.
Além disso, outra reportagem, de agosto, mostrou que a SMS (Secretaria Municipal de Saúde) fez repasse de R$ 3,4 milhões à Casa de Saúde Santa Marcelina para pagar despesas da administração da UPA Tito Lopes, mesmo fechada.
Sobre o repasse, Covas disse que a Santa Marcelina presta contas mensalmente em relação aos quantitativos que são contratualizados. “Então, não é uma questão da contabilidade desta UPA; é uma questão de contabilidade de todo o contrato feito com a Santa Marcelina”, afirmou.