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Mais um sofre tortura em supermerca­do

Caso ocorreu no início de 2018; a vítima agredida, levou choques e foi colocada em cárcere privado por seguranças terceiriza­dos

- DHIEGO MAIA

Amarrado, amordaçado com um fio de náilon e com a calça abaixada, um homem grita sentado no chão, numa sessão de tortura. A vítima é colocada em cárcere privado nas dependênci­as de uma unidade do supermerca­do Extra, no Morumbi, bairro nobre da zona oeste de São Paulo.

Seus torturador­es são seguranças de uma empresa terceiriza­da responsáve­l por fazer a proteção de clientes, funcionári­os e dos produtos à venda nas gôndolas. Tudo foi filmado e as cenas de violência que chocam pararam nas redes sociais.

Esta é a segunda denúncia de prática de tortura em menos de um mês registrada num supermerca­do da capital paulista. Um adolescent­e de 17 anos também foi amarrado despido e chicoteado após tentar furtar barras de chocolate do supermerca­do Ricoy, em Vila Joaniza, na zona sul.

No Extra, as imagens que circulam pelas redes sociais mostram a vítima sendo obrigada a repetir frases enquanto é espancada. “Galera, não rouba mais no Extra Morumbi” e “eu errei e me ferrei” são algumas delas.

Em todo instante, o agressor ordena: “dá a mão”. Com as palmas das mãos viradas para cima e estendidas na direção do agressor, o homem recebe choques elétricos. E treme de dor.

Não se sabe como as agressões terminaram e nem a identifica­ção da vítima, cujo paradeiro também é desconheci­do.

A reportagem apurou que o homem foi torturado após ser pego tentando furtar um pedaço de carne. O caso teria ocorrido no início de 2018, mas as imagens só foram divulgadas agora.

A Polícia Civil instaurou um inquérito nesta quinta-feira (19). (Folha)

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