Agenda partidária
Ex-presidente enfrenta dificuldades jurídicas para concorrer em 2022, quando terá 77 anos
Num recente congresso do PT de São Paulo, a plateia puxou o coro de “Lula inocente, Lula presidente”.
Embora a libertação do ex-presidente esteja longe de significar o fim de seus problemas judiciais, a especulação sobre uma nova candidatura em 2022, quando o petista terá 77 anos, deve recomeçar.
Pessoas do entorno de Lula dizem que ele é o primeiro a encorajar a possibilidade de disputar o Planalto. Como relatou um aliado próximo há alguns meses, “o rapaz de Curitiba [Lula] não pensa em outra coisa”.
A saída da cadeia não absolve nem devolve os direitos políticos ao ex-presidente, no entanto, que ainda tem duas condenações e é réu em mais sete ações criminais. Para que Lula possa ser candidato, uma improvável sequência de eventos teria que ocorrer, incluindo absolvições, anulação de sentenças e a suspeição do ex-juiz Sergio Moro.
Pelas regras atuais, Lula é considerado ficha-suja, devido a ao menos uma condenação em segunda instância —regra de corte da Lei da Ficha Limpa.
De imediato, Lula deverá ter uma intensa agenda partidária agora que está livre e desimpedido para fazer política. Espera-se que ele compareça mesmo a eventos da legenda para os quais notoriamente nunca teve aptidão, como as reuniões do diretório e da executiva nacional marcadas para novembro.
Uma presença certa é no congresso do partido marcado para o período entre 22 e 24 de novembro em São Paulo, cuja pauta prevista, incluindo a estratégia para a eleição municipal, deve ficar em segundo plano.
A realização de uma caravana pelo Nordeste, região em que o PT tem mais força, deve ficar para o ano que vem. Até o fim do ano, deve fazer uma incursão por uma capital nordestina, provavelmente Salvador. (Folha)