Número de furtos e roubos de bicicletas dispara na capital
Registros de crimes já superam todo o ano passado e batem recorde; número de ciclistas cresceu
Os registros de furtos de bicicleta dispararam na capital, com 1.825 casos de janeiro a setembro deste ano. Isso representa 52% a mais de ocorrências do que o mesmo período de 2018 e acima até do que os registros do ano passado inteiro, de janeiro a dezembro, segundo dados obtidos via Lei de Acesso à Informação. Em uma década, comparando o dado de 2010 com o de 2019, o aumento foi de 155%.
Os casos de roubos, em que o assaltante toma a bicicleta do ciclista ameaçando ou usando a força, também cresceram. Foram 497 registros de janeiro a setembro deste ano (6% a mais do que no mesmo período de 2018).
Um dos fatores que ajudam a explicar o aumento expressivo na última década é a quantidade de pessoas que passaram a usar a bicicleta como meio principal de transporte. Em 2010, havia 58,2 quilômetros de ciclovias e ciclorrotas na cidade, de acordo com dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), ligada à prefeitura. Em 2019, são 503,6 quilômetros.
Entre 2007 e 2017, o número de ciclistas nas ruas saltou 24%, chegando a 377 mil viagens por dia, segundo dados das últimas pesquisas Origem Destino do Metrô de SP, estudo mais confiável do deslocamento na cidade.
Em oito anos, a designer Renata Cardamoni, 30, já teve quatro bicicletas furtadas. As três primeiras foram por descuido, ela admite. “Maior trauma, sinto até vergonha.” Da última, não teve jeito. A bicicleta estava trancada em um poste com um cadeado resistente, mas os ladrões removeram a placa e entortaram a estrutura até o chão para tirar a bike. “É chato. Eu usava muito para sair à noite, agora penso se vai ter lugar para guardar.” (Folha)