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Épico sessentão

- Hanuska.bertoia@grupofolha.com.br

Cenários grandiosos, elenco estrelar, milhares de figurantes e uma história pessoal que se entrelaça com momentos históricos e bíblicos. É fácil reconhecer “Ben Hur” nesta descrição. O épico, lançado há 60 anos, foi por muitas décadas o longa com mais Oscar da história: são 11 em seu currículo.

O filme conta a história de Ben Hur, interpreta­do por Charlton Heston, ator com outros épicos na carreira. Ele é um príncipe judeu na Judeia ocupada por Roma. Acusado injustamen­te, é condenado a escravidão por Messala, seu amigo de infância romano. Depois de anos nas galés, Ben Hur consegue a liberdade, volta para Jerusalém e, ao buscar vingança, disputa com Messala uma corrida de bigas, em uma das sequências mais marcantes do filme. Já a parte bíblica da obra fica por conta do encontro de Ben Hur e sua família com Jesus, na via crucis.

Para se ter uma ideia da grandiosid­ade do longa, só a sequência da corrida, com nove minutos, contou com 15 mil figurantes nos estúdios Cinecittà, em Roma. No total, foram usados 300 sets de filmagens, que consumiram 14 meses de trabalho.

O resultado, além do sucesso mundial, foram os 11 Oscars conquistad­os, marca que só foi alcançada por “Titanic”, em 1998, e “Senhor dos Anéis, o Retorno do Rei”, em 2004. Há que se considerar, no entanto, que ambos levaram estatuetas de categorias mais técnicas, além de, claro, melhor filme e diretor. Já “Ben Hur” faturou os prêmios técnicos, de filme e diretor, mas também o de melhor ator, para Heston, e de melhor ator coadjuvant­e.

Como disse, Heston fez outros épicos em sua carreira. Três anos antes de “Ben Hur”, interpreto­u Moisés em “Os Dez Mandamento­s”, superprodu­ção dirigida por Cecil B. Demille com números gigantesco­s. Cerca de 14 mil extras e 15 mil animais participar­am do longa, o épico religioso mais bem-sucedido nas bilheteria­s até “A Paixão de Cristo”, de Mel Gibson, de 2004. O ator foi ainda El Cid, no filme de mesmo nome, sobre um nobre envolvido na disputa entre a Espanha e os mouros, na Idade Média.

Para não ficar apenas nos épicos com Heston, há “Spartacus”, de 1960, mais uma obra-prima de Stanley Kubrick. Kirk Douglas vive o personagem título, um escravo que lidera uma revolta contra o Império Romano.

Também não podem faltar na lista “Quo Vadis”, de 1951, com uma trama de amor entre um general romano e uma cristã sob o reinado de Nero, e “Sansão e Dalila”, outro filme dirigido por Demille. E “Cleópatra”, de 1963, longa mais caro da história até então, em que Elizabeth Taylor é rainha egípcia.

‘Ben Hur’, com Charlton Heston, completa 60 anos e ainda é um dos poucos filmes a ganhar 11 Oscar

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Divulgação Charlton Heston (sem capacete), como Ben-hur, na famosa sequência da corrida de bigas do épico

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