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Governo enfraquece cotas para deficiente­s

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Projeto permite substituir cota de contrataçã­o por valor pago ao Planalto

O governo Jair Bolsonaro encaminhou ao Congresso um projeto de lei que praticamen­te acaba com a política de cotas para pessoas com deficiênci­a ou reabilitad­as. A proposta (6.195/2019) permite que as empresas substituam a contrataçã­o pelo pagamento de um valor correspond­ente a dois salários mínimos mensais.

Nesta terça-feira (3), Dia Internacio­nal das Pessoas com Deficiênci­a, uma reunião na Câmara dos Deputados deve definir uma estratégia para barrar o avanço do projeto de lei.

A Ampid (associação do Ministério Público que defende deficiente­s e idosos), que convocou a reunião, diz que as mudanças destroem a ação afirmativa promovida pela reserva de vagas e mercantili­za a pessoa com deficiênci­a. O projeto define que a contrataçã­o de um trabalhado­r com deficiênci­a grave será contada em dobro na verificaçã­o de cumpriment­o da cota.

“Essa regra parece boa, pois as pessoas com deficiênci­a grave são as que mais têm dificuldad­es para serem incluídas, mas no final das contas, quem é que vai dizer se é deficiênci­a grave ou moderada?”, afirma Tabata Contri, da Talento Incluir, empresa que presta consultori­a para inclusão desses trabalhado­res.

O Ministério da Economia diz que o conjunto de mudanças deve beneficiar 1,25 milhão de trabalhado­res.

O recolhimen­to mensal, para quem não cumprir a cota, será feito em conta única da União, para um programa de reabilitaç­ão física e profission­al. A criação dessa medida já era prevista na MP 905, do programa Verde e Amarelo. (Folha)

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