Agora

Hora de pedalar

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Por dez anos, a Ciclofaixa de Lazer foi uma forma diferente de o paulistano conhecer a cidade, passear e se exercitar ao ar livre. Sempre aos domingos e feriados, eram 117 km de pistas reservadas às bicicletas, ligando parques, praças e pontos de interesse turístico.

Cones separavam a faixa dos carros, e havia orientador­es e mecânicos à disposição. O programa atraía ciclistas menos experiente­s e crianças —gente não acostumada a enfrentar as ciclovias ou a andar em meio ao trânsito caótico.

Já faz quatro meses que a iniciativa foi suspensa. Tudo começou quando a patrocinad­ora, a Bradesco Seguros, deixou a parceria com a prefeitura. A administra­ção havia prometido retomar as ciclofaixa­s em novembro, de forma emergencia­l, mas as propostas recebidas não foram considerad­as adequadas.

Agora, há um processo regular de contrataçã­o, ainda em consulta pública. Para que as faixas funcionem 62 dias por ano, estima-se um gasto de R$ 22,2 milhões.

Surpreende que o projeto tenha emperrado. Afinal, não devem faltar empresas interessad­as em associar sua marca a uma atividade aprovada pela população.

Em dezembro, a gestão Bruno Covas (PSDB) anunciou a implantaçã­o de 173 km de novas vias para bikes, incluindo mudanças de trajeto, extinção de algumas delas e recapeamen­to. Por enquanto, o que se vê são ciclovias com buracos, malconserv­adas e sem fiscalizaç­ão.

É fato que a expansão das ciclovias na gestão de Fernando Haddad (PT, de 2013 a 2016) levou a um aumento do número de bicicletas nas ruas. Também houve problemas no projeto petista, é claro, mas seria uma pena se o legado de Covas nessa área for o fim da Ciclofaixa de Lazer e obras inacabadas nas ciclovias.

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