Presidente chama livro de fake news e se retira de entrevista
Obra de jornalista diz que Bolsonaro cogitou demitir Moro, mas desistiu
BRASÍLIA Jair Bolsonaro se irritou nesta terça (14) e encerrou entrevista ao ser questionado sobre informações de um livro que será lançado na próxima semana, segundo o qual ele cogitou demitir o ministro Sergio Moro (Justiça) em 2019.
“Vocês têm uma colega de vocês que fez um livro que leu meu pensamento. Acho que não tenho que conversar com vocês, é só escrever o que você achar”, disse na entrada do Palácio da Alvorada. “O livro é fake news, mentiroso e não vou responder sobre o livro.”
O livro “Tormenta”, da jornalista Thaís Oyama, que será publicado pela Companhia das Letras, diz que Bolsonaro cogitou demitir Moro no segundo semestre do ano passado, mas foi demovido da ideia pelo general Augusto Heleno, ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional.
À época Moro enfrentou processo de fritura de Bolsonaro em meio à crise com a Polícia Federal e à interferência do presidente no órgão, quando o presidente disse: “Se eu não posso trocar o superintendente, eu vou trocar o diretor-geral”. E completou: “Se eu trocar hoje, qual o problema? Está na lei que eu que indico, e não o Sergio Moro”.
Heleno negou à revista Crusoé ter atuado para demover Bolsonaro de demitir Moro.
O presidente também foi questionado nesta terça se pediu a Fabrício Queiroz que faltasse a depoimento ao Ministério Público do Rio, informação presente em trecho do livro divulgado pela imprensa. “Acabou a entrevista”, disse o presidente, retirando-se.
O ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro quando era deputado é pivô de investigação contra o filho do presidente no esquema da “rachadinha”. (Folha)