Preso por matar morador de rua é inocente, dizem testemunhas
Depoimentos à Ouvidoria da Polícia deixam dúvida se homem que está na cadeia cometeu crime
Duas testemunhas prestaram depoimento, nesta semana, na Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo e afirmam que o acusado de matar um morador de rua queimado é inocente.
O homem foi preso pela polícia três dias depois que o crime foi cometido. O caso aconteceu no último dia 5, na região da Mooca (zona leste de São Paulo).
O ouvidor da polícia, Benedito Mariano, afirmou à reportagem que “os depoimentos [das testemunhas] contradizem o perfil do homem preso e indicam a necessidade de manter a investigação em aberto”.
Ele acrescentou que “há contradições” que precisam ser detalhadamente apuradas. “Entendemos que o caso ainda não está solucionado. ”Essa mesma versão foi afirmada ao Agora pelo advogado do suspeito, Márcio Araújo, no mesmo dia da prisão de seu cliente.
Segundo Mariano, um dos depoimentos ocorreu, na segunda-feira (13).
Uma testemunha afirma ter visto um homem branco, de barba e vestido com roupa preta, próximo ao morador de rua Carlos Roberto Vieira da Silva, 39 anos, que minutos depois morreu queimado.
“O suspeito preso, no entanto, é negro e não usa barba”, destacou o ouvidor.
Nesta terça-feira (14), a segunda testemunha foi à Ouvidoria da Polícia. Ela diz conhecer a vítima e o homem preso e salientou que os pés do acusado são inchados, o que o impossibilitaria de correr. Um vídeo mostra que o assassino foge correndo após atear fogo na vítima.
Asecretaria da Segurança Pública, gestão João Doria (PSDB), afirma que o 18º DP “está à disposição” para ouvir as testemunhas.