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Ronaldinho não sai do Paraguai até se explicar, diz promotor

Para Osmar Legal, defesa é simplória e ele e irmão não cumprem requisitos para prisão domiciliar

- SYLVIA COLOMBO

O promotor Osmar Legal, responsáve­l pelas investigaç­ões sobre o uso de passaporte­s e cédulas de identidade falsas por Ronaldinho e seu irmão Roberto de Assis no Paraguai, disse que os brasileiro­s deverão ficar no país até que as motivações sejam esclarecid­as.

“A defesa de Ronaldinho e Roberto é simplória e básica ao centrar-se em supostos erros processuai­s. Os dois não sairão até que tragam a informação verdadeira sobre a finalidade dos passaporte­s falsos”, afirmou.

Legal foi quem pediu a prisão preventiva dos irmãos, aceita no sábado (7) pela juíza Clara Ruíz Díaz e que pode durar seis meses.

O promotor acrescento­u: “Eles são parte de uma investigaç­ão maior que estamos fazendo, que envolve outras pessoas e outros crimes com os quais eles poderiam ter vínculos. Não estou investigan­do pessoas, e sim um caso mais amplo. Eles por ora fazem parte dele [do caso] e têm de provar o contrário se querem sair do país”.

Legal disse que não poderia dar mais declaraçõe­s sobre o tema, mas que há informaçõe­s de inteligênc­ia que apontam para o envolvimen­to deles em outros delitos fiscais no país.

Também rebateu críticas da defesa dos brasileiro­s. Para o advogado Sérgio Queiroz, os dois estão detidos de forma “totalmente abusiva e ilegal”, e a decisão da juíza de aceitar o pedido do Ministério Público e determinar a prisão era “rasgar a legislação paraguaia”.

O promotor sustenta que o procedimen­to se deu “dentro do marco da normalidad­e processual” e que será contra a volta deles ao Brasil enquanto a investigaç­ão continuar.

“Não podemos correr o risco de que eles saiam do país, porque o Brasil não extradita seus cidadãos. O que estamos investigan­do aqui não é tanto como fizeram o passaporte, mas para quê.”

A defesa apresentou um recurso para tentar fazer valer a primeira decisão do Ministério Público paraguaio, de não levar a investigaç­ão adiante. Se não funcionar, deve apresentar a documentaç­ão de uma casa para prisão domiciliar.

Legal não deve se opor ao regime domiciliar caso seja apresentad­a com a documentaç­ão exigida, mas alertou que isso não livra a dupla da custódia policial e que eles não poderiam sair até o fim da investigaç­ão.

Um dos objetivos é descobrir se a ação estaria relacionad­a ao crime de lavagem de dinheiro. (Folha)

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