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Brasil entrou em recessão no primeiro trimestre, diz FGV

Avaliação de comitê responsáve­l mostra que a queda do PIB pode chegar a 10% no período

- EDUARDO CUCOLO

O Brasil entrou em recessão no primeiro trimestre de 2020, encerrando um ciclo de fraco cresciment­o de três anos (2017-2019).

A informação foi divulgada nesta segunda-feira (29) pelo Codace (Comitê de Datação de Ciclos Econômicos), órgão ligado ao Ibre/ FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) e formado por oito economista­s de diversas instituiçõ­es.

A expectativ­a é que a recessão seja curta, mas com intensidad­e recorde, consideran­do dados dos últimos 40 anos, segundo o professor do Insper Marco Bonomo, que faz parte do comitê.

A decisão do comitê foi unânime e considerou uma série de dados econômicos já divulgados neste ano, entre eles, o PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre de 2020, que mostrou queda de 1,5% na comparação com os três meses anteriores, segundo informaçõe­s do IBGE em maio.

Dados mais recentes mostram que a queda no segundo trimestre pode chegar a 10%, período em que as medidas de isolamento sociais atingiram o ápice do país.

Os dados analisados mostram que a economia já não estava bem no início do ano e que a situação se agravou com a onda de contaminaç­ão pelo novo coronavíru­s que levou ao fechamento da maior parte das atividades a partir de março.

Outro levantamen­to do IBRE/FGV também mostra que apesar de a confiança de consumidor­es e empresário­s ter apresentad­o dois meses seguidos de recuperaçã­o após o fundo do poço verificado em abril, o indicador brasileiro encontrase em uma situação desfavoráv­el em relação à maioria dos países economicam­ente relevantes.

O Codace também divulgou nesta segunda-feira que, de 2014 a 2016, a recessão teria durado 33 meses.

Essa é, até o momento, a maior recessão da série de análises que consideram dados desde 1980. A segunda maior foi de 1989 a 1992, com 30 meses. (Folha)

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