Brasil entrou em recessão no primeiro trimestre, diz FGV
Avaliação de comitê responsável mostra que a queda do PIB pode chegar a 10% no período
O Brasil entrou em recessão no primeiro trimestre de 2020, encerrando um ciclo de fraco crescimento de três anos (2017-2019).
A informação foi divulgada nesta segunda-feira (29) pelo Codace (Comitê de Datação de Ciclos Econômicos), órgão ligado ao Ibre/ FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) e formado por oito economistas de diversas instituições.
A expectativa é que a recessão seja curta, mas com intensidade recorde, considerando dados dos últimos 40 anos, segundo o professor do Insper Marco Bonomo, que faz parte do comitê.
A decisão do comitê foi unânime e considerou uma série de dados econômicos já divulgados neste ano, entre eles, o PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre de 2020, que mostrou queda de 1,5% na comparação com os três meses anteriores, segundo informações do IBGE em maio.
Dados mais recentes mostram que a queda no segundo trimestre pode chegar a 10%, período em que as medidas de isolamento sociais atingiram o ápice do país.
Os dados analisados mostram que a economia já não estava bem no início do ano e que a situação se agravou com a onda de contaminação pelo novo coronavírus que levou ao fechamento da maior parte das atividades a partir de março.
Outro levantamento do IBRE/FGV também mostra que apesar de a confiança de consumidores e empresários ter apresentado dois meses seguidos de recuperação após o fundo do poço verificado em abril, o indicador brasileiro encontrase em uma situação desfavorável em relação à maioria dos países economicamente relevantes.
O Codace também divulgou nesta segunda-feira que, de 2014 a 2016, a recessão teria durado 33 meses.
Essa é, até o momento, a maior recessão da série de análises que consideram dados desde 1980. A segunda maior foi de 1989 a 1992, com 30 meses. (Folha)