Série ‘Que Mundo É Esse?’ mostra contraste do Japão na pandemia
Produzido por três jornalistas, os cinco episódios do programa documental já estão disponíveis no Globoplay
O Globoplay lançou na última sexta-feira (26) a nova temporada de “Que Mundo É Esse?”, série em cinco episódios, feita em parceria com a Globonews, em que os jornalistas André Fran, Rodrigo Cebrian e Michel Coeli mostram um novo olhar sobre o Japão.
Inicialmente, a proposta do programa, que começou a ser gravado no início de fevereiro, era apresentar o país oriental neste ano importante, considerado como uma nova era para os japoneses por causa da proclamação do novo imperador e também pelas Olimpíadas, que seriam realizados em julho —e depois foram adiadas para 2021 por causa da pandemia do novo coronavírus.
Mas, no mesmo momento em que os jornalistas desembarcaram em Tóquio, um cruzeiro atracado no porto de Yokohama, próximo à capital japonesa, era o segundo maior epicentro da Covid-19, além de Wuhan, na China, onde teve início a contaminação do vírus. Ao todo, mais de 700 pessoas foram infectadas e dez passageiros morreram no navio Diamond Princess. Por segurança, autoridades japonesas estavam restringindo o acesso de jornalistas ao local.
Contando com a ajuda de um taxista local, Fran, Cebrian Coeli conseguiram credenciamento e tiveram acesso para ficar o mais próximo possível para ver a situação daquelas pessoas, experiência mostrada no primeiro episódio da série.
“Era uma espécie de Big Brother do coronavírus naquele momento. Além de nós, tinha imprensa do mundo todo e ficamos em um cercado a cerca de cem metros do navio. Dali era possível acompanhar os viajantes presos, em quarentena, que recomeçava sempre que um novo caso era confirmado no navio”, conta Rodrigo Cebrian.
Além do novo coronavírus no Japão, o “Que Mundo É Esse?” também mostra outros aspectos da cultura local. A equipe, por exemplo, foi até a cidade de Nara, onde conversaram com aprendizes de gueixa para entender o quanto essa tradição milenar está atualizada com os conceitos atuais de feminismo. “Apesar de ser um país globalizado e completamente desenvolvido tecnologicamente, eles ainda lidam alguns assuntos de forma muito arcaica, como a submissão das mulheres. Entre os países de primeiro mundo, eles são um dos piores lugares em igualdade de gênero”, afirma André Fran.
Também nesta temporada, o programa viaja para Aokigahara para conhecer a lendária “Floresta do Suicídio”, local em que dezenas de pessoas vão, anualmente, para tirar as próprias vidas. Outro ponto visitado pela equipe foi o famoso mercado de peixes de Tóquio, região onde é possível encontrar a venda da carne de baleia, aspecto cultural e muito criticado por ambientalistas.
Além de mostrar um grupo de jovens contemporâneos que pratica
Kart Cosplay no meio das ruas de Tóquio, o “Que Mundo É Esse?” também visita Hiroshima e vê de perto os impactos da bomba atômica e suas consequências, até hoje, para os japoneses. Ao final de uma visita ao Museu da Paz, os jornalistas conversaram com um sobrevivente do ataque de 6 de agosto de 1945.
Agora Vocês desembarcaram no Japão no meio da situação envolvendo o cruzeiro Princess Diamond. Como foi vivenciar isso?
ANDRÉ FRAN - Ainda não tinha sido decretada a pandemia, então, havia muita incerteza de como seria e qual dimensão ia ganhar essa história do coronavírus. Naquele momento, o Diamond Princess era o maior foco de contaminados pela Covid-19, além de Wuhan, na China, que foi o epicentro de tudo. A gente sabia que estar ali e chegar perto do navio era uma pauta muito importante, mas só depois tivemos a dimensão do que representava.
O que o telespectador pode esperar dessa nova temporada?’
MICHEL COELI - O que a gente normalmente faz no ‘Que Mundo É Esse?’: desmitificar algumas situações especificas dos países e mostrar coisas que as pessoas não faziam ideia. A maioria acredita que o Japão é muito para frente, muito moderno, muito tecnológico, mas às vezes esquecem ou não sabem que o Japão tem um lado muito tradicional em vários aspectos.
Você já tinha visitado o país antes? O que mais chamou mais sua atenção nessa nova visita?
RODRIGO CEBRIAN - Eu tinha ido há 15 anos e foi muito diferente essa nova visita. A gente se aprofunda em várias pautas e não apenas em um assunto específico. O que chamou atenção foi o esforço deles para receber os jogos olímpicos, que será um primeiro evento de escala mundial em que receberão pessoas de vários países.