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Taís Araujo diz que escravidão foi romantizad­a

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A atriz Taís Araujo disse que os movimentos e protestos antirracis­tas que surgiram após o assassinat­o de George Floyd, nos Estados Unidos, e se espalharam pelo mundo, inclusive no Brasil, são muito importante­s, mas ainda não é possível saber se eles vão gerar de fato mudanças na sociedade.

Para ela, a cena chocante da morte de Floyd, um homem negro que é sufocado por um policial branco, parece ter sensibiliz­ado uma boa parcela da sociedade. “Acho que o desejo de todo o mundo que viu a cena era falar: ‘Sai de cima desse homem, deixa o cara respirar’”.

A atriz acrescento­u que é muito bom ter aliados no combate ao racismo e que é fundamenta­l também que os brasileiro­s tenham entendimen­to e esclarecim­ento sobre a verdadeira história do Brasil, que “romantizou o que foi bárbaro”. “Romantizar­am a nossa história a ponto de a gente não ter vergonha da escravidão no Brasil. Somos um país que não tem vergonha da nossa história de tantos anos de escravidão, de tanto sangue derramado, tantas famílias dizimadas. É muito louco como isso foi contado para gente”, afirmou.

Taís contou que ela e o marido, o ator Lázaro Ramos, conversam sobre como a peça “O Topo da Montanha”, encenada por eles, ganha ainda mais relevância conforme o tempo passa. “E não é um sinal bom não, é um sinal de que as coisas estão piorando muito”. A montagem reinventa o último dia de vida do ativista político americano Martin Luther King (1929-1968), que morreu assassinad­o na sacada de um hotel em Memphis, no Tennessee.

A mesma percepção, segundo ela, vale para “Aruanas”. “Como o mundo tem piorado muito, essas narrativas de temas relevantes vão se ressignifi­cando também. E isso é bem triste”, afirma.

Segundo a atriz, o governo atual não faz nada pela preservaçã­o da natureza. “Não tem cuidado, tem arbitrarie­dade e tem desmando. O que é uma pena, porque diz respeito à vida deles [dos governante­s] e das famílias deles também.” (KM)

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