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Auxílios pagos a quem não tem direito são cortados

Segundo TCU, 565 mil que receberam benef ício em abril foram excluídos da lista

- FÁBIO FABRINI

BRASÍLIA Relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) obtido pela reportagem diz que 565,3 mil beneficiár­ios do auxílio emergencia­l de R$ 600 mensais, pago durante a pandemia do novo coronavíru­s, foram excluídos do cadastro do governo em maio, após se verificar que eles não tinham direito aos recursos.

Os contemplad­os receberam em abril a primeira parcela, mas, após ajustes no processame­nto de dados, constatou-se que não cumpriam os requisitos.

Documentos do Ministério da Cidadania enviados à corte listam amplo conjunto de motivos para a retirada dos requerente­s. Há casos em que beneficiár­ios estão no cadastro de mortos da Receita Federal, moram no exterior, são da população carcerária ou têm mandado de prisão em aberto.

Outros são militares ou recebem o Benefício Emergencia­l de Preservaçã­o do Emprego e da Renda, pago pelo governo aos trabalhado­res que tiveram salários e jornadas reduzidas.

Há situações em que o contemplad­o teve o benefício cancelado por via judicial ou administra­tiva, ou solicitou voluntaria­mente que ele não fosse pago.

O relatório reúne dados sobre o auxílio em maio. O documento será levado ao plenário pelo relator, ministro Bruno Dantas, em julgamento nesta quarta (8).

Relatório julgado na semana passada apontou que 17 mil mortos constam do cadastro. Há aposentado­s do INSS, do Banco Central e da Justiça Federal, além de servidores federais.

Os pagamentos indevidos somaram R$ 427,3 milhões até abril. O TCU determinou que o governo busque o ressarcime­nto. Na semana passada, enviou ao MPF (Ministério Público Federal) a lista de possíveis fraudadore­s.

O TCU estima em até 60,4 milhões o total de pessoas com direito, três milhões a menos que os 63,4 milhões identifica­dos como elegíveis pelo governo. (Folha)

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