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Mulheres no topo

Ludmilla lança o álbum ‘Numanice Ao Vivo’ e diz que investiu R$ 1 milhão em show no Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, para divulgar o trabalho

- KARINA MATIAS

A cantora e apresentad­ora Ludmilla, 25 anos, acaba de lançar o álbum “Numanice - Ao Vivo” em seu canal no Youtube e em todas as plataforma­s digitais. E para divulgar o novo projeto, a artista fez um show no Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, que exigiu um investimen­to de R$ 1 milhão.

“Gravar lá foi caro, hein!”, diz. “Mas a estrutura valeu muito a pena. A gente queria levar o pagode feminino para um lugar muito top. Eu escolhi um dos pontos turísticos mais importante­s e antigos do Rio, e no alto, onde toda mulher deve estar”, acrescenta ela, em entrevista por telefone à reportagem. Por causa da pandemia de Covid-19, o show não contou com a presença do público.

Este é o primeiro álbum de pagode de Ludmilla, que surgiu no cenário musical em 2012 como a funkeira MC Beyoncé e o sucesso “Fala Mal de Mim”. Somente depois ela assumiu o nome de batismo e estourou em todo o país com o hit de funk “Hoje”.

Segundo Ludmilla, o pagode sempre fez parte de sua vida. “É a minha raiz. Quando eu realmente pude botar essa ideia para fora, eu queria que fosse uma coisa grandiosa e, graças a Deus, eu consegui.”

A cantora afirma que o show é uma forma de reverencia­r sambistas como Beth Carvalho (19462019), Ivone Lara (1922-2018) e Alcione, e abrir as portas para uma nova geração. “Fico muito feliz de fazer parte desse movimento, de ser esse exemplo de mulher empoderada, que mostra a cara mesmo e vai e faz o que está com vontade. As mulheres podem tudo, basta elas quererem”, destaca.

O show foi gravado em novembro do ano passado. Segundo Ludmilla, a impossibil­idade de ter público foi a parte mais difícil. “Porque você sabe, pagode é mão no peito, copo para o alto, fechou o olho e é cantando o tempo todo. A gente está acostumado com essa energia”, diz.

Só não foi mais complicado, diz ela, porque a família estava lá a apoiando. “E eles são muito animados. Mas confesso que faltou o calor humano da galera cantando”, completa. No palco, por outro lado, ela teve a participaç­ão especial dos pagodeiros Thiaguinho e Bruno Cardoso, dos grupos Vou Pro Sereno e Di Propósito, e do rapper Orochi.

Canções

Quatorze faixas compõem o repertório do álbum. Há sucessos do EP “Numanice”, lançado em abril do ano passado, e outras músicas já conhecidas do público. Há, ainda, uma canção inédita: “Ela Não”, composta por Ludmilla um dia antes da gravação do show.

A letra fala sobre o término de um relacionam­ento depois que o “cara vacilou” com a mulher. “Ele fica me ligando e tenta me esquecer com outra menina. Só que ela nunca vai ser eu, entendeu?”, diz.

A faixa, ressalta ela, não tem nada a ver com a sua vida pessoal. Ludmilla afirma que seu casamento com Brunna Gonçalves segue firme e forte. “Está tudo maravilhos­o”, afirma.

E será que o álbum de pagode sinaliza uma vontade da cantora de experiment­ar outros estilos e novos ritmos? Ludmilla responde que a palavra experiment­ar não é a mais adequada para definir o seu atual momento.

“Eu faço música de todos estilos que você imagina desde que eu tinha 15 anos. É que o mundo talvez não saiba disso por uma estratégia que a gente faz de artista.”

Mas, a partir de agora, isso deve mudar. Ludmilla revela que tem no celular uma pasta com 35 músicas compostas por ela dos mais diferentes gêneros, como axé e sertanejo, além de letras em inglês e músicas eletrônica­s.

“Só está faltando fazer um reggae. Gosto muito de fazer a música que estou com vontade no coração, seja axé, pagode, funk. Eu faço de tudo”, destaca.

Se tudo sair como planejado, a próxima canção diferente que o público deve conhecer é, segundo ela, “um axé com batidão bem porreta”.

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Fotos Ygor Marques/d

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