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DESTAQUE DO DIA Perto do colapso, cidades do ABC estudam medidas mais rígidas

São Bernardo fará bloqueios em toda a cidade; Doria deve anunciar hoje reestrutur­ação do Plano SP

- CLAYTON FREITAS

Perto de colapso na ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para casos de Covid-19, as sete cidades que compõem o ABC paulista, onde moram perto de 3 milhões de pessoas, podem ter medidas mais rígidas do que o toque de recolher anunciado na última segunda-feira (22) pela Prefeitura de São Bernardo do Campo.

A definição das medidas a serem tomadas serão debatidas em uma reunião marcada para acontecer às 15h desta quarta (24) no Consórcio ABC, uma associação que reúne os dirigentes das cidades que compõem o bloco: Santo André, São Bernardo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Mais cedo, às 12h45, o governador João Doria (PSDB), deverá anunciar mudanças na reclassifi­cação do Plano São Paulo, e pode já anunciar medidas mais restritiva­s.

Paulo Serra (PSDB), prefeito de Santo André e presidente do consórcio, admite que as medidas podem ser tão restritiva­s quanto às de São Bernardo. “Fechando a semana epidemioló­gica e a evolução de casos, de acordo com a necessidad­e, podem ser adotadas medidas mais restritiva­s do que isso [as de São Bernardo].” Ele citou como exemplo a antecipaçã­o do horário das 22h e fechamento de atividades às 19h. “O nosso intuito ele tem que ser restringir a circulação de pessoas e restringir após o horário comercial de trabalho”, disse Serra. “Nenhuma medida está totalmente descartada”, completou.

Um dia após anunciar de forma individual o toque de recolher, medida que não é seguida pelos demais prefeitos do bloco, o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), afirmou nesta terça que não poderá mais receber pacientes de cidades como Diadema e Mauá, também no ABC, sob o risco de atingir a totalidade dos leitos disponívei­s e colapsar o sistema de saúde.

A cidade contava nesta terça-feira com 89% de ocupação dos leitos de UTI e 64% de enfermaria.

“Durante toda a pandemia, eu venho atendendo. Hoje temos internados 27 pacientes de Mauá e 23 de Diadema. Eu avisei aos prefeitos que, com essa saturação prevista, eu não teria mais como receber. E não é porque eu não quero. Eu não tenho onde colocar”, disse o prefeito da cidade.

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