Sem recursos, médicos pedem demissão em Guarulhos
A falta de medicamentos e insumos, como luvas e gazes, fez com que 62,5% dos médicos preceptores, aqueles que orientam residentes, pedissem demissão do Hospital Municipal Pimentas Bonsucesso, em Guarulhos (Grande SP), segundo o sindicato da categoria.
Os 15 profissionais, de um total de 24, ainda trabalham no local até este domingo (28), cumprindo aviso prévio, acrescentou a entidade.
O local pertence à Prefeitura de Guarulhos, gestão Gustavo Enric Costa (PSD), o Guti, mas é administrado desde o início do ano passado pela OS (Organização Social) IDGT (Instituto de Desenvolvimento de Gestão, Tecnologia e Pesquisa em Saúde e Assistência Social). A entidade confirma, no entanto, três desligamentos, de um total de seis preceptores.
“Houve casos [em Guarulhos] em que acabou a medicação, no meio do ciclo, obrigando os médicos a substituírem por outros. Isso provoca perda de parâmetros, comprometendo os prognósticos. Fica muito difícil trabalhar assim”, afirmou Augusto Ribeiro Silva, diretor do Simesp (Sindicato dos Médicos de SP).
Ele acrescentou que sedativos, usados em pacientes intubados, também estão em falta na unidade. Por causa disso, profissionais do hospital chegaram a presenciar a morte “lenta e dolorosa” de pessoas internadas, e conscientes, lutando para respirar. “Isso é contra a ética médica.” (AH)