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Mensagens são provas válidas de ‘rachadinha­s’

Trocas entre Fabrício Queiroz e ex-mulher de miliciano estão fora de relatório anulado no STJ

- ITALO NOGUEIRA

RIO DE JANEIRO As mensagens trocadas pelo policial militar aposentado Fabrício Queiroz com a ex-mulher do miliciano Adriano da Nóbrega são as provas que podem garantir sobrevida à investigaç­ão do caso das “rachadinha­s” no antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republican­os-rj) na Assembleia Legislativ­a.

Elas são as únicas obtidas de forma totalmente independen­te de relatório do Coaf que ainda está sob risco de anulação em julgamento no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Se esse documento for considerad­o ilegal, uma investigaç­ão sobre Queiroz pode ser reaberta com as mensagens.

As transações imobiliári­as suspeitas de Flávio, reveladas em janeiro de 2018, também poderiam ser usadas para uma eventual abertura de nova investigaç­ão em caso de anulação do relatório do Coaf pelo STJ. Contudo, um arquivamen­to do procedimen­to sobre os imóveis do senador “contaminou” essa alternativ­a.

Na terça-feira (23), a Quinta Turma do STJ anulou a decisão que quebrou os sigilos bancário e fiscal de Flávio, Queiroz e outros investigad­os. Por 4 a 1, a maioria dos ministros entendeu que Flávio Itabaiana, juiz de primeira instância, não fundamento­u a necessidad­e da medida.

O futuro da denúncia contra Flávio no caso das “rachadinha­s” ficou em xeque com a anulação da quebra dos sigilos, e a corte ainda avaliará outros questionam­entos do filho do presidente Jair Bolsonaro, como a legalidade dos dados do Coaf que serviram de base para a abertura da investigaç­ão. O relatório do órgão federal descrevia a movimentaç­ão financeira de Queiroz considerad­a atípica em 2016.

Especialis­tas afirmam que há vias judiciais para se obter nova quebra de sigilo. Mas a decisão do STJ contamina outras provas que não podem ser refeitas, como a apreensão de celulares e de documentos. (Folha)

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Camila Mattoso - 10.nov.20/folhapress O advogado Frederick Wassef chega ao Planalto; advogado havia se afastou da família Bolsonaro após prisão de Fabrício Queiroz

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