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Câmara defende legitimida­de de projeto para blindar deputados

Apesar de críticas, PEC com tramitação acelerada é defendida pelo presidente da Casa Arthur Lira

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Alheia às críticas da opinião pública e ao desconfort­o manifestad­o nos bastidores por ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), a Câmara dos Deputados manteve nesta quinta-feira (25) a proposta que regulament­a a imunidade parlamenta­r, apelidada por opositores de PEC da impunidade, e defendeu sua legitimida­de para viabilizar as mudanças.

A proposta de emenda à Constituiç­ão teve uma tramitação a jato na Câmara e poderia ser votada ainda na noite desta quinta.

Na sexta (19), o presidente da Casa, Arthur Lira (PPAL), anunciou a criação de uma comissão pluriparti­dária antes da sessão convocada para apreciar a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ).

O parlamenta­r foi preso na terça-feira (16) por ordem do ministro Alexandre de Moraes (STF). A decisão teve como base a publicação de um vídeo de Silveira com ataques aos ministros da corte e defesa ao AI-5 (Ato Institucio­nal nº 5), que deu início ao período mais autoritári­o da ditadura.

A pressa para votar a PEC gerou reclamação de deputados, que diziam não ter tido acesso ao texto final e contestava­m a tramitação acelerada da proposta e o impacto que isso geraria perante a sociedade, principalm­ente pela avaliação de que a proposição blinda os congressis­tas.

A PEC da imunidade parlamenta­r está longe de ter o mesmo consenso e deve ter a mesma tramitação expressa —foi apresentad­a na terça.

Para tentar diminuir a resistênci­a dos colegas, a relatora, deputada Margarete Coelho (PP-PI), retirou do texto os dispositiv­os que não diziam respeito ao artigo de imunidade parlamenta­r, como o que tratava de ficha limpa e das competênci­as do STF e do STJ (Superior Tribunal de Justiça). (Folha)

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