Agora

Irmãos têm outros projetos, mas eles mantêm união

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anos. Embora não seja o nosso intuito parar, se a gente entendesse que chegou a hora, todas as minhas realizaçõe­s em termos de música, eu consegui realizar. Tudo o que vier daqui para a frente é lucro.”

“Costumo dizer que muitos vieram para fazer sucesso, poucos para fazer história”, avalia Zezé. “Nós conseguimo­s atravessar para o outro lado desse riacho. Não tem como falar de música sertaneja ou música popular brasileira sem dedicar um capítulo bacana a nós.”

logo que possível. Zezé está em sua fazenda em Goiás, enquanto Luciano mora com a família em São Paulo. “Nós já tínhamos agendado para este ano o DVD 30 anos, com 30 músicas, e íamos fazer 30 shows pelo Brasil, o projeto ia se chamar 30-30-30”, conta o irmão mais velho. “Com o problema da pandemia, tivemos que adiar tudo.”

Outros planos

Outras atividades conseguira­m se manter em paralelo. Com previsão de ser lançada em dezembro, os dois estrearão websérie em que recebem outros artistas para cantar os sucessos da dupla. Há participaç­ões de Ivete Sangalo, Marília Mendonça e Thiaguinho, entre outros.

E, se a pandemia permitir, os dois embarcam no mesmo mês em um cruzeiro para celebrar com os fãs em alto mar —eles adiantam que haverá participaç­ão também de Bruno e Marrone, Edson e Hudson e Matogrosso e Matias. “Se Deus quiser, o Brasil vai ter saído dessa pandemia e vamos poder cantar olhando olho no olho”, afirma Luciano. “É disso que eu sinto saudades. Live é legal, mas não é um show.”

Enquanto isso não acontece, os dois seguem com projetos paralelos. Luciano já lançou o álbum religioso “A Ti Entrego”, enquanto Zezé trabalha no estúdio que montou na fazenda. Ele diz que deve lançar álbum ou DVD. “É uma coisa pessoal, são músicas que eu gostaria de cantar com o meu pai”, diz Zezé.

Esse respeito ao espaço de cada um é o que os irmãos Zezé Di Camargo e Luciano contam ter sido fundamenta­l para que as trajetória­s de ambos continue sem grandes rusgas depois de tantos anos. Zezé lembra que a única briga séria que tiveram foi antes de um show em Curitiba em 2011, quando Luciano abandonou o palco.

“Foi uma briga natural de dois sócios, dois irmãos, com divergênci­as na maneira de pensar”, minimiza. “Eu não vou à casa dele sem avisar. O que traz o desgaste é quando o profission­al e o pessoal se misturam.”

Luciano assente. “Eu e Zezé temos uma relação muito boa, o lance de sermos irmãos nos favorece”, diz. “Você discute tudo quanto é assunto, mas brigar não briga.”

“Nós temos pensamento­s e gostos diferentes, mas pensamos igual em cima do palco”, continua. “Ele gosta de estar sempre cercado de muitos amigos, já eu sou recluso, fico mais quieto lendo um livro ou a Bíblia. Porém, sempre o respeitei muito e sempre fui muito respeitado.”

Algo em que os irmãos compactuam é que, após a pandemia, o ritmo de trabalho para os próximos 30 anos deve ser menos intenso. “Não consigo deixar de fazer aquilo que eu gosto, cantar para mim é um prazer”, afirma Zezé. “Porém, minha vida vai ser totalmente diferente daqui para a frente.”

Com a pandemia, o cantor diz que dá para levar uma vida mais tranquila. “Quero viver a família. Percebi coisas e valores que tinha esquecido. Dá para tirar um pouco o pé do acelerador e ter mais qualidade de vida.” “Quando você alcança tudo o que nós alcançamos, você volta para o princípio, que é cantar: o que eu almejo é continuar cantando”, concorda Luciano. (VM)

 ?? Joel Silva - 2.set.04/folhapress ?? Na ponta à esq., os pais da dupla, Helena e Francisco; no meio, cena de ‘Dois Filhos de Francisco’; à esq., a dupla ao saber, em show, que havia ganho o Grammy, em 2004; e, abaixo, o projeto ‘Amigos’
Joel Silva - 2.set.04/folhapress Na ponta à esq., os pais da dupla, Helena e Francisco; no meio, cena de ‘Dois Filhos de Francisco’; à esq., a dupla ao saber, em show, que havia ganho o Grammy, em 2004; e, abaixo, o projeto ‘Amigos’

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