DESTAQUE DO DIA Comerciantes abrem as portas, mas temem novo fechamento
No primeiro dia útil da reabertura do comércio após as fases emergencial e vermelha da quarentena, o clima entre comerciantes no largo Treze, em Santo Amaro (zona sul), é de desconfiança com o que está por vir. O receio é de que um novo fechamento traga ainda mais prejuízos.
Na manhã desta segunda (19), havia muitas pessoas na região, mas, segundo lojistas, movimento estava muito abaixo do normal. As lojas não tinham aglomeração, mas em poucas delas havia controle de entrada.
O setor passou mais de 40 dias de portas fechadas. No domingo (18), teve início a transição para a fase laranja, mais permissiva, em que o atendimento presencial em lojas é permitido.
Desde domingo (18), o comércio pode abrir as portas das 11h às 19h e com 25% de capacidade de público.
Para o vendedor Anderson Neves, 30 anos, serão pelo menos três meses até que as vendas se estabilizem. “Temos que ter coragem e esperança, porque vai ser difícil.” Segundo ele, a procura de clientes na manhã desta segunda era irreconhecível pelo medo do contágio do virus.
“Acho que vamos amargar mais um ano como tartaruguinhas”, diz João Rodrigues, 71, gerente de uma loja de roupas no largo. Ele diz que nunca viveu uma situação tão desesperadora. A esperança, agora, é de que venha um inverno rigoroso. “Sem isso, não vai melhorar muita coisa”, afirma.
Patrícia Teixeira, 35, também diz ter receio. Ela é vendedora em em uma galeria no largo —chegou lá há um ano, depois que a loja em que trabalha precisou se mudar devido à pandemia. “A gente ainda tem muito medo de fechar de novo.”
Entre os clientes, havia mais otimismo. “Vim olhar se tinha novidade. Estava sentindo falta”, diz a aposentada Aparecida Andrade, 56. A doméstica Marieta Santos, 66, também estava com saudade das lojas. Mas diz que não abre mão da máscara e do álcool gel.