Sem regras, estados vacinam pessoas com condições variadas
Grupo agrega 17,8 milhões; condição deverá ser provada por laudo, cadastros e acompanhamento
Sem uma coordenação nacional nas ações de combate à Covid-19 e com menos doses disponíveis do que o necessário, a vacinação para as pessoas com comorbidades começou nas capitais atendendo a diferentes grupos, incluindo pacientes com doenças renais, transplantados, obesos e pessoas com autismo e com síndrome de Down.
Diferentemente do que ocorreu quando as cidades abriram a vacinação de profissionais da saúde e forças de segurança, agora não há uma regra padrão de comprovação do quadro clínico, o que tem levado a decisões das mais diferentes nos estados.
Apresentação de laudo médico, de ficha de acompanhamento, de carteira de identificação de pessoa com deficiência ou mesmo cadastro em sistema da prefeitura realizado pelo médico estão entre os procedimentos estabelecidos.
O Ministério da Saúde
90 anos ou mais
893.873
85 a 89 anos
1.299.948
80 a 84 anos
2.247.225
75 a 79 anos
3.614.384
Povos ribeirinhos
286.833
Povos quilombolas
1.133.106
70 a 74 anos
65 a 69 anos
60 a 64 anos
Comorbidades
5.408.657
7.349.241
9.383.724
Deficiência permanente
7.749.058
estabeleceu diretrizes sobre os grupos prioritários no plano nacional de operacionalização da vacinação,
e a recomendação é que os gestores locais sigam o que está previsto. No entanto, conforme a campanha avança, estados e municípios têm autonomia para seguir com as estratégias locais, de acordo com as demandas regionais, segundo o ministério. A estimativa da pasta é que 77,27 milhões de pessoas estejam nos grupos prioritários da campanha de vacinação da Covid-19, das quais 17,79 milhões representam a fatia com comorbidades.
Em São Paulo, há dúvidas ainda sobre como prosseguir com a vacinação de quem tem comorbidades. O grupo por ora não foi chamado a se vacinar, tendo sido preterido em relação a professores, policiais, metroviários e ferroviários.
“O certo seria vacinar todos os grupos com comorbidades o mais rápido o possível, mas o cobertor está curto”, disse a epidemiologista Glória Teixeira, professora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia.
Com o baixo número de doses, gestores tenderão a priorizar grupos menores, como os pacientes crônicos renais ou pessoas com síndrome de Down.
Já comorbidades com uma prevalência mais elevada, como diabetes e hipertensão, tendem a ficar para o momento em que houver condições de vacinar todo o público alvo. (Folha)