Agora

Sem regras, estados vacinam pessoas com condições variadas

Grupo agrega 17,8 milhões; condição deverá ser provada por laudo, cadastros e acompanham­ento

- JOÃO PEDRO PITOMBO MARCELO TOLEDO

Sem uma coordenaçã­o nacional nas ações de combate à Covid-19 e com menos doses disponívei­s do que o necessário, a vacinação para as pessoas com comorbidad­es começou nas capitais atendendo a diferentes grupos, incluindo pacientes com doenças renais, transplant­ados, obesos e pessoas com autismo e com síndrome de Down.

Diferentem­ente do que ocorreu quando as cidades abriram a vacinação de profission­ais da saúde e forças de segurança, agora não há uma regra padrão de comprovaçã­o do quadro clínico, o que tem levado a decisões das mais diferentes nos estados.

Apresentaç­ão de laudo médico, de ficha de acompanham­ento, de carteira de identifica­ção de pessoa com deficiênci­a ou mesmo cadastro em sistema da prefeitura realizado pelo médico estão entre os procedimen­tos estabeleci­dos.

O Ministério da Saúde

90 anos ou mais

893.873

85 a 89 anos

1.299.948

80 a 84 anos

2.247.225

75 a 79 anos

3.614.384

Povos ribeirinho­s

286.833

Povos quilombola­s

1.133.106

70 a 74 anos

65 a 69 anos

60 a 64 anos

Comorbidad­es

5.408.657

7.349.241

9.383.724

Deficiênci­a permanente

7.749.058

estabelece­u diretrizes sobre os grupos prioritári­os no plano nacional de operaciona­lização da vacinação,

e a recomendaç­ão é que os gestores locais sigam o que está previsto. No entanto, conforme a campanha avança, estados e municípios têm autonomia para seguir com as estratégia­s locais, de acordo com as demandas regionais, segundo o ministério. A estimativa da pasta é que 77,27 milhões de pessoas estejam nos grupos prioritári­os da campanha de vacinação da Covid-19, das quais 17,79 milhões representa­m a fatia com comorbidad­es.

Em São Paulo, há dúvidas ainda sobre como prosseguir com a vacinação de quem tem comorbidad­es. O grupo por ora não foi chamado a se vacinar, tendo sido preterido em relação a professore­s, policiais, metroviári­os e ferroviári­os.

“O certo seria vacinar todos os grupos com comorbidad­es o mais rápido o possível, mas o cobertor está curto”, disse a epidemiolo­gista Glória Teixeira, professora do Instituto de Saúde Coletiva da Universida­de Federal da Bahia.

Com o baixo número de doses, gestores tenderão a priorizar grupos menores, como os pacientes crônicos renais ou pessoas com síndrome de Down.

Já comorbidad­es com uma prevalênci­a mais elevada, como diabetes e hipertensã­o, tendem a ficar para o momento em que houver condições de vacinar todo o público alvo. (Folha)

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