Agora

Brasileiro­s começam com técnicos vitoriosos na América

- BRUNO RODRIGUES

Um dia antes da final da última Libertador­es, o então técnico do Santos, Cuca, concedeu entrevista coletiva no Maracanã e rasgou elogios ao seu oponente na decisão, o português Abel Ferreira, do Palmeiras.

“Eu tenho 57 anos e o Abel tem 42, e isso não é uma vantagem. Ah, por que o Abel não tem títulos... Mas vai ter! Pode ter certeza, porque é ótimo treinador. Seguirá no caminho das conquistas, mas tomara que venha só depois de domingo. Que mais para frente ele tenha um monte de títulos”, brincou Cuca.

Abel, é claro, não queria esperar, e seu desejo de ser campeão foi cumprido com a vitória por 1 a 0, que deu ao Palmeiras o bicampeona­to continenta­l e, para o português, sua primeira conquista na carreira como treinador.

A partir desta terça-feira (20), com o início da fase de grupos da Libertador­es, ambos começam uma nova caminhada na competição que os colocou frente a frente há pouco menos de três meses.

Cuca, agora no Atléticomg, busca repetir o sucesso que teve em 2013, quando levou a equipe mineira ao título inédito. Abel, atual campeão, tentará defender a conquista e ampliar sua lista de taças pelo Verdão.

Trata-se de dois técnicos que já sentiram o gosto de serem campeões da América, algo que seus colegas de times brasileiro­s desta edição também já sentiram, ainda que em menor escala, com títulos da Copa Sulamerica­na, ou até mesmo conquistan­do a Libertador­es

como atletas.

Novidades para esta temporada nos respectivo­s clubes, os comandante­s de Internacio­nal, Santos e São Paulo já levantaram taças continenta­is como técnicos.

O espanhol Miguel Ángel Ramírez, contratado pelo Inter para suceder Abel

Braga, foi campeão da Sulamerica­na em 2019 com o Independie­nte Del Valle (EQU). Substituto de Cuca no Santos, Ariel Holan também tem em seu currículo um título de Sul-americana. O argentino levou o Independie­nte (ARG), seu clube do coração, à conquista do torneio em 2017, vencendo na decisão o Flamengo, em pleno Maracanã.

O Santos entra em campo nesta terça-feira, na Vila Belmiro, para encarar o Barcelona (EQU), pela primeira rodada do Grupo C.

Outro que conheceu o sucesso na América com um título na Sul-americana é Hernán Crespo, atual campeão da competição. O argentino, contratado pelo São Paulo, levou o Defensa y Justicia (ARG) à conquista na última temporada. E agora buscará a inédita taça da Libertador­es.

“A Libertador­es é a Rainha das Copas na América do Sul. Quando há a possibilid­ade de representa­r o São Paulo em uma Libertador­es, isso exige uma responsabi­lidade superior”, disse Crespo, conhecedor do torneio.

Quem concorda com as palavras de Crespo é Rogério Ceni, atual comandante do Flamengo. Ele ainda não tem conquistas internacio­nais no currículo de treinador, mas conquistou a Libertador­es duas vezes como atleta, ambas com a camisa do São Paulo. Em 1993, era reserva de Zetti, e em 2005, foi capitão e artilheiro da equipe no título continenta­l, levantando o troféu no Morumbi após a vitória sobre o Athletico.

No mesmo grupo de campeões como atletas que buscam a primeira glória internacio­nal como técnicos está Roger Machado, que assumiu recentemen­te o Fluminense.

O ex-lateral esquerdo foi campeão da Libertador­es pelo Grêmio, em 1995, sob o comando de Luiz Felipe Scolari. Em 2008, defendendo o Fluminense, foi finalista da competição, mas ficou com o vice diante da LDU (EQU).

Em início de trabalho, Roger busca o seu primeiro troféu continenta­l como treinador. O clube carioca também sonha com a conquista inédita. (Folha)

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Divulgação - 26.mar.21/saopaulofc.net Atualmente no comando do São Paulo, o técnico Hernán Crespo conquistou o título da Sul-americana 2020 pelo Defensa y Justicia (ARG)

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