Covid-19 é a principal causa de concessão do auxílio-doença
Infecção por coronavírus pulou do terceiro para o primeiro lugar no ranking de afastamentos
A infecção pelo coronavírus passou a ser o principal motivo para a concessão do benefício por incapacidade temporária pago pelo INSS, segundo números do primeiro trimestre de 2021 da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho.
Entre os meses de janeiro e março, 13.259 segurados do INSS precisaram se afastar do trabalho e receberam o benefício, antes chamado de auxílio-doença, devido à Covid-19.
O número é quase o dobro do registrado na segunda principal causa de concessão do auxílio, a hérnia de disco, que levou 8.053 trabalhadores a receber o auxílio-doença.
No ano passado, o coronavírus já tinha alcançado o terceiro lugar no ranking de afastamentos, com 37.045 casos entre os meses de março e dezembro.
Em primeiro lugar havia ficado o transtorno dos discos lombares (49.321 casos), seguido pela bursite e outras lesões na articulação do ombro (37.311).
Se comparadas as médias mensais de afastamentos por Covid-19 de 2020 e de 2021, foram 3.704 concessões mensais no ano passado, contra 4.420 neste ano, um avanço de 19,3%.
Se tivesse atingido uma única categoria, o número de trabalhadores afastados neste ano devido à infecção pelo coronavírus seria maior que os cerca de 9.500 metroviários de São Paulo incluídos na campanha de vacinação da Covid-19 e representaria mais do que o dobro dos cerca de 6.200 guardas metropolitanos da capital paulista.
O número total de trabalhadores que receberam o auxílio-doença neste ano, considerando todas as causas, é de 486,2 mil. Entre eles estão 26,5 mil cujos motivos não foram especificados pela Previdência.
Os auxílios acidentários por Covid-19, em que o contágio comprovadamente ocorreu no trabalho, somaram apenas 174 casos. É quanto os 13.259 auxílios gerados por Covid-19 em três meses deste ano representam em relação aos 37.045 afastamentos gerados pela mesma doença no ano passado