PM irmão do governador do Rio é preso em operação contra o PCC
Sargento foi preso em flagrante quando policiais encontraram armas e munições ilegais com ele
O sargento da Polícia Militar paulista Douglas Renê Witzel, irmão do governador afastado do Rio Wilson Witzel (PSC), foi preso na manhã desta quinta-feira (22), em Jundiaí (58 km de SP), durante operação de combate à facção criminosa PCC.
Douglas trabalhou por meses na assessoria militar do prefeito Bruno Covas (PSDB), mas foi transferido após concluir curso de sargento da corporação.
A prisão, realizada pela Corregedoria da Polícia Miltiar, faz parte de uma ação conjunta com o Ministério Público de São Paulo que investiga pessoas ligadas ao crime organizado paulista.
Inicialmente, o irmão do governador seria alvo de busca e apreensão por parte da Corregedoria, conforme decisão do juiz Ronaldo João Roth, da 1ª auditoria do TJM (Tribunal de Justiça Militar), mas acabou preso em flagrante porque, durante as buscas, foram encontrados objetos ilícitos em sua casa.
Segundo o registro oficial, havia um revólver calibre 38, municiado, com a numeração raspada, um simulacro de pistola, além de uma munição e dezenas de cartuchos deflagrados, de calibre 380, .38 e .40.
Douglas alegou que não sabia que o revólver estava guardado entre suas coisas e que tal armamento seria do sogro dele, já falecido.
De acordo documentos obtidos pela reportagem, durante investigação do Ministério Público, dois policiais militares passaram a ser monitorados após troca de telefonemas com criminosos e repasse de informações a um deles.
De posse do histórico de ligações de telefones, os investigadores chegaram ao nome de Douglas Witzel, que teria recebido a ligação de um dos policiais investigados, no momento em que falava com os criminosos.
A investigação agora quer saber se o sargento tinha conhecimento do que os policiais faziam ou se também estava sendo enganado. Por ora, não há provas da ligação dele com esse crime, segundo policiais, e Douglas não seria preso nesta quinta se não fossem os objetos ilegais. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos policiais envolvidos. (Folha)