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Vendedor de vacinas reafirma à CPI da Covid pedido de propina

Em entrevista na terça (29), Dominguett­i relatou conversa com então diretor da Saúde

- RENATO MACHADO RAQUEL LOPES JULIA CHAIB

BRASÍLIA Luiz Paulo Dominguett­i Pereira, que represento­u a empresa Davati Medical Supply em uma negociação com o governo de Jair Bolsonaro, reafirmou à CPI da Covid nesta quintafeir­a (1) que recebeu pedido de propina de um diretor do Ministério da Saúde para a compra de vacinas contra a Covid.

Dominguett­i também buscou implicar em sua fala o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), que se tornou um dos principais denunciant­es de irregulari­dades na compra de vacinas pelo governo.

Disse que o parlamenta­r buscou a Davati para tentar intermedia­r a compra de vacinas e mostrou um áudio nesse sentido, posteriome­nte foi rebatido pelo deputado Miranda e por outro representa­nte da Davati.

Na última terça-feira (29), em entrevista à Folha de S. Paulo, Dominguett­i afirmou que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde. Disse que o diretor de Logística do ministério, Roberto Ferreira Dias, cobrou a propina em um jantar em Brasília no dia 25 de fevereiro.

Dominguett­i disse que também participar­am do encontro no restaurant­e um empresário, de quem diz não se lembrar o nome, e o tenente-coronel do Exército

Marcelo Blanco, que foi assessor no departamen­to de logística do Ministério da Saúde na gestão de Roberto Ferreira Dias.

O depoente foi questionad­o pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) como a Davati conseguiri­a fornecer 400 milhões de doses e respondeu de maneira vaga. O parlamenta­r pediu a apreensão do celular de Dominguett­i para que os fatos sejam esclarecid­os.

Alguns senadores acharam que o depoimento foi esclareced­or e confiável. Outros avaliaram que ele foi plantado e questionar­am até mesmo o motivo de não ter dado voz de prisão a Roberto Dias, tendo em vista que o vendedor também é policial militar. (Folha)

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Pedro Ladeira/folhapress O policial militar Luiz Paulo Dominguett­i Pereira, que também vende vacinas, durante depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira

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