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Quem recebeu imunizante fora da data terá de ser vacinado de novo Prefeitura­s negam que houve uso irregular

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Quem tomou a vacina da Astrazenec­a contra Covid-19 fora da validade de um dos oito lotes deve ser vacinado de novo —na prática, é como se a pessoa não tivesse sido imunizada.

O Plano Nacional de Operaciona­lização da Vacinação contra Covid-19, do Ministério da Saúde, define que quem tomou imunizante vencido precisa tomar nova dose pelo menos 28 dias depois de ter recebido a que foi administra­da equivocada­mente.

Não há, porém, notificaçã­o de efeitos adversos por causa da vacina recebida fora do prazo.

De acordo com Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabin, datas de expiração são baseadas na estabilida­de e na degradação dos componente­s da vacina. “Após o prazo, alguns dos ingredient­es podem perder a ação, diminuindo a proteção da vacina e deixando as pessoas vulnerávei­s.”

Para Paulo Lotufo, médico da USP (Universida­de de São Paulo), para reverter esse tipo de erro vacinal é preciso “refazer a vacinação, sem estresse.” Ele diz que quanto maior o número de vacinados em massa, mais seguros estarão aqueles nos quais a vacina não gerou imunidade contra a doença ou quem tenha tomado vacinas vencidas. (Folha)

Prefeitura­s de diversos municípios do país negam terem aplicado doses vencidas da vacina Astrazenec­a contra a Covid-19.

Ao atribuírem o resultado do levantamen­to a erros nos dados do sistema federal, elas apontam para o que pode ser um outro problema: a falta de controle sobre a vacinação no país e talvez sobre o próprio DATASUS.

O secretário de Saúde de Maringá, Marcelo Puzzi, afirma que houve um erro no lançamento do Sistema Conect SUS, que estaria diferente do dia da aplicação das doses.

A Prefeitura de São Paulo diz que não aplicou doses vencidas e que a data de validade dos imunizante­s passa por uma tripla checagem, ao receber, ao distribuir e ao aplicar, além de mostrar o frasco ao imunizado. “Neste momento, o município está fazendo um rastreamen­to nas mais de 7 milhões de doses aplicadas, com a revisão de todos os lotes e vacinas cadastrada­s.”

Procuradas, as prefeitura­s de Santos e São Caetano do Sul também negaram.

Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo confirmou cerca de 4.000 doses ministrada­s após validade. A pasta disse que “orienta os municípios sobre a aplicação da vacinação contra a Covid-19 e a importânci­a da verificaçã­o da data de validade antes do uso do frasco”. (Folha)

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