Peritos se recusam a fazer exames do novo pente-fino
A ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência) afirmou, na tarde desta sexta (2), que não fará as perícias do pente-fino de 170 mil benefícios por incapacidade temporária, anunciado pelo INSS nesta semana.
Para a associação dos peritos federais, elevar o número de perícias aumentará o risco de contágio da Covid-19
e não é “sensato fazer programas revisionais no meio de uma pandemia, quando as pessoas estão mais necessitadas”.
“O foco deveria ser manter as filas em dia e trabalhar o Judiciário para cessar as concessões judiciais sem limites. Ao mesmo tempo que o ME [Ministério da Economia] estimula concessões desenfreadas através de “perícias de papel” sem perícia presencial, quer na outra ponta fingir que faz controle, cortando benefícios de forma presencial em um processo que é um verdadeiro enxuga gelo. Somos a favor das perícias revisionais, mas no meio de uma pandemia é uma crueldade” afirmou Francisco Eduardo Alves Cardoso, vice-presidente da ANMP.
Procurada, a Secretaria de Previdência não se manifestou sobre a recusa dos peritos em realizar os exames do pente-fino.
O programa de reavaliação de incapacidade está convocando segurados que recebem benefício por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) há mais de seis meses sem passar pela perícia médica e que não possuem data definida para o fim do pagamento. O objetivo é evitar fraudes.
Mesmo com a posição dos peritos, o segurado que receber a notificação deverá solicitar, em até 30 dias, o agendamento da perícia médica revisional no site do INSS no botão “Agende sua Perícia Médica” ou pela Central 135. Segundo a Previdência, quem não fizer o agendamento terá o benefício suspenso.
De acordo com a advogada Adriane Bramante, é importante os beneficiários terem os relatórios e exames atualizados para poder apresentar em caso da convocação, além de estar com o endereço correto no sistema do INSS.
A revisão ocorrerá entre agosto e dezembro. (APB)