Visita da CIA teve segurança regional e China como temas Metade dos portugueses retoma toque de recolher
Governo comemora agenda como sinal de que cooperação com EUA permanece
País recua em reabertura após avanço da variante delta do coronavírus
A visita ao Brasil de William J. Burns, chefe da CIA, a agência de inteligência dos EUA, teve como foco temas de segurança na América do Sul e também serviu para o governo americano fortalecer a ofensiva anti-china junto às principais autoridades da administração Jair Bolsonaro (sem partido).
A passagem por Brasília foi cercada de mistério. Não houve aviso prévio da delegação, e a agenda de encontros foi mantida em sigilo. Na tarde de quinta (1º), ele foi recebido por Bolsonaro e pelos ministros Augusto Heleno (Segurança Institucional) e Walter Braga Netto (Defesa). O diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem, também participou da audiência no Palácio do Planalto.
Outro compromisso conhecido foi um jantar na residência do embaixador americano em Brasília, Todd Chapman, na região do Lago Sul. O Palácio do Planalto e a embaixada americana não forneceram qualquer informação sobre os temas tratados por Burns com as autoridades brasileiras.
Procurada, a CIA disse que não faria comentários. Apesar do sigilo, Bolsonaro disse a apoiadores que se encontrou com o diplomata e fez referências à China e à crise regional na Venezuela,
entre outros países.
“O interesse do Brasil por [parte de] alguns poucos países é enorme. Alguns países dependem de nós, do que produzimos aqui. E esses países pensam 50, 100 anos à frente. E nós, aqui, infelizmente, quando muito, pensamos poucas semanas ou poucos dias depois”, disse Bolsonaro, numa referência à China.
Interlocutores consultados pela Folha disseram que segurança regional esteve entre os assuntos tratados, o que inclui a crise na Venezuela. (Folha)
O avanço da variante delta do novo coronavírus fez Portugal recuar mais uma vez nas medidas de desconfinamento. Aproximadamente metade dos portugueses será submetida a um toque de recolher noturno, das 23h às 5h do horário local, a partir desta sexta-feira (2).
O país superou nesta semana a marca de 2.000 novos casos diários de Covid-19, alcançada pela última vez em fevereiro. Antes da chegada e do início da transmissão doméstica da variante delta, o país apresentava médias diárias de 500 infectados.
O toque de recolher se aplica aos 45 municípios que apresentam as maiores taxas de contágio –a capital Lisboa está inclusa. Pelo segundo fim de semana consecutivo, também está proibido o acesso à área metropolitana da capital para moradores de outras regiões.
“Não estamos em um momento de alegar que a pandemia está sob controle”, disse a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva. “Precisamos seguir as regras, evitar aglomerações e conter os números.”
O país tem buscado acelerar sua campanha de vacinação. Pessoas maiores de 18 anos poderão tomar a primeira dose do imunizante a partir deste domingo (4). Atualmente, um terço dos portugueses está completamente imunizado (já tomou as duas doses ou a dose única da vacina). (Folha)