Agora

Pandemia faz brasileiro­s se reiventare­m com a tecnologia

Internet vira ferramenta essencial para quem procura sobreviver no meio da crise econômica

- WILLIAM CARDOSO

A pandemia provocou o necessário distanciam­ento físico entre as pessoas, causando o fechamento de uma série de atividades que só ocorriam de forma presencial. Porém, em meio a tantas dificuldad­es e sofrimento impostos a todos pelo coronavíru­s, uma parte dos profission­ais encontrou formas de expandir seus negócios para além dos limites de seus bairros, cidades e até do país, conquistan­do um público inimagináv­el.

Foi isso que fizeram Márcio Tateno, 46 anos, e Paula Millene Almeida Tateno, 42. O casal antecipou os planos e levou para a internet, em junho do ano passado, a Entrelinha­s Aulas de Costura Criativa, um curso que só existia no presencial. “Foi para não perder o faturament­o e não quebrar. Vimos empresas tradiciona­is falindo. O mais positivo foi alcançar pessoas fora da nossa proximidad­e. É gente do mundo inteiro. Teve muita busca de pessoas da América do Sul, como Chile e Argentina”, diz Márcio. Antes 100% presenciai­s, os alunos agora são meio a meio.

A interrupçã­o das atividades presenciai­s foi, inicialmen­te, um banho de água fria para o professor de pilates Renan Pozzi, 32, que junto com a mulher, a terapeuta Jaqueline Lima Pozzi, 31, havia acabado de ampliar o estúdio onde dá aulas em Santos (72 km de São Paulo). O que parecia um baque duro de ser superado acabou abrindo uma oportunida­de jamais imaginada.

“Não acreditava muito em aula online para exercícios. Como iria corrigir sem ver? Ou mesmo vendo, como faria? Mais por desconheci­mento e preconceit­o, por não saber como funcionava”, diz o professor.

Pozzi fez, primeiro, uma live com a mulher. Deu tão certo que, em um ano, desde julho de 2020, atingiu 500 alunos na plataforma Pilates em Casa. “A gente abriu uma sociedade para atingir mais pessoas. Em um último evento, colocamos 2.200 pessoas online.”

“Tudo o que veio, das criações, das coisas boas, surgiram não só para cobrir um buraco, mas para substituir ou ficar de forma híbrida. Tenho hoje alunos até de fora do país”, afirma.

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Mathilde Missioneir­o/folhapress Paula, 43, e Marcio Tateno, 46, donos da escola de costura Entrelinha­s, com o equipament­o que usam para gravar videoaula e fazer lives

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