Com Diniz, Luiz Felipe recupera lugar na zaga
Após cinco anos, defensor consegue maior sequência na posição de titular
A última sequência de 11 jogos consecutivos que o zagueiro teve no Peixe foi em 2016, quando estava em alta, até se lesionar e ser submetido a uma cirurgia no joelho direito. Na época, ele teve que reconstruir o ligamento cruzado e ficou nove meses parado para se recuperar completamente.
É isso, eu sabia. Sempre acreditei em mim, nunca desisti. Praticamente eu já sabia que isso iria acontecer [a volta por cima], sou focado, trabalho bastante. Só não esperava que demoraria tudo isso [risos]”, disse Luiz Felipe.
Em seu retorno, Luiz oscilou entre bons e maus momentos. Ele até conseguiu engatar sete ou oito jogos em sequência, mas não com a qualidade que vem desempenhando com o técnico Fernando Diniz.
O zagueiro vive seu melhor momento no time, mas só chegou lá com muito custo. A briga diária consigo mesmo para se reerguer foi delicada. O psicológico pesou e a frustração veio com a falta de resultado em seus trabalhos diários no CT Rei Pelé.
“Até hoje me dá ansiedade de começar um jogo, independentemente de qual seja. Você fica ansioso para saber como vai ser, como você vai se comportar”, lembrou o defensor, que começaria como titular na partida do Peixe, nesta terça-feira (6), contra o Athletico-pr.
Assim que chegou ao Santos, em 2016, Luiz Felipe se firmou com facilidade na equipe de Dorival Júnior. Foram 41 jogos na temporada antes de se lesionar. Quando recebeu a notícia, o zagueiro se preocupou com o período que teria que ficar afastado, mas imaginou que o retorno seria muito mais fácil.
“A princípio, a primeira notícia que eu tive foi que talvez não fosse necessário fazer cirurgia. Me deixou mais tranquilo. Foi muito rápido. Lembro que machuquei o joelho num sábado [em um clássico contra o Palmeiras], na segunda fiz a ressonância e em uma sexta eu já estava operando. Não tive muito tempo para pensar no que iria acontecer. Durante a recuperação eu imaginei que seria difícil pelo longo período parado. Mas pensava: ‘será tranquilo, vou voltar a jogar no nível que eu estava’. E não foi bem assim”, recorda.
Baque de lesões
Um dos problemas que Luiz enfrentou após sua recuperação foram novas lesões. E isso foi determinante após a cirurgia. Problemas na coxa, tornozelo e até uma avulsão do tendão do adutor esquerdo, que é quando o músculo solta do osso. Mais tempo parado.
“Foi um período muito difícil. O psicológico, não somente pelas críticas —acho que nós, jogadores, estamos acostumados com as críticas, desconfiança. Mas o psicológico de imaginar que, mesmo fazendo tudo que tem que ser feito e de repente não dar o resultado que você quer... é muito complicado. Eu sou bem pé no chão, mas nesse período o mais difícil foi o psicológico”, conta.
Nesse período mais sensível, o zagueiro se apegou à sua família e aos amigos mais próximos. Sua esposa estava grávida de sua primeira filha, Ana Luiza, hoje com quatro anos, e ele optou por focar na paternidade e fugir de todo o assunto que envolvia suas lesões..
“Quando eu me machuquei, descobri que minha esposa estava grávida, eu seria pai da minha primeira filha. Isso te motiva a voltar, dar a volta por cima. Ter minha filha, tirar o foco do que te deixa triste e buscar algo bom nessas coisas. Minha filha nascendo... Isso deixou minha recuperação mais leve. As coisas não são sempre como a gente quer. Eu olhei para frente, sabe? Não deu certo? Na próxima vai. Só eu poderia me tirar daquela situação”, disse.
Com esse desempenho, Luiz Felipe se tornou o braço direito de Fernando Diniz, com quem já trabalhou no Paraná, em 2015. O zagueiro diz que se identifica com o jeito de trabalhar do comandante e isso o ajudou a recuperar o espaço. (UOL)