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Com Diniz, Luiz Felipe recupera lugar na zaga

- GABRIELA BRINO

Após cinco anos, defensor consegue maior sequência na posição de titular

A última sequência de 11 jogos consecutiv­os que o zagueiro teve no Peixe foi em 2016, quando estava em alta, até se lesionar e ser submetido a uma cirurgia no joelho direito. Na época, ele teve que reconstrui­r o ligamento cruzado e ficou nove meses parado para se recuperar completame­nte.

É isso, eu sabia. Sempre acreditei em mim, nunca desisti. Praticamen­te eu já sabia que isso iria acontecer [a volta por cima], sou focado, trabalho bastante. Só não esperava que demoraria tudo isso [risos]”, disse Luiz Felipe.

Em seu retorno, Luiz oscilou entre bons e maus momentos. Ele até conseguiu engatar sete ou oito jogos em sequência, mas não com a qualidade que vem desempenha­ndo com o técnico Fernando Diniz.

O zagueiro vive seu melhor momento no time, mas só chegou lá com muito custo. A briga diária consigo mesmo para se reerguer foi delicada. O psicológic­o pesou e a frustração veio com a falta de resultado em seus trabalhos diários no CT Rei Pelé.

“Até hoje me dá ansiedade de começar um jogo, independen­temente de qual seja. Você fica ansioso para saber como vai ser, como você vai se comportar”, lembrou o defensor, que começaria como titular na partida do Peixe, nesta terça-feira (6), contra o Athletico-pr.

Assim que chegou ao Santos, em 2016, Luiz Felipe se firmou com facilidade na equipe de Dorival Júnior. Foram 41 jogos na temporada antes de se lesionar. Quando recebeu a notícia, o zagueiro se preocupou com o período que teria que ficar afastado, mas imaginou que o retorno seria muito mais fácil.

“A princípio, a primeira notícia que eu tive foi que talvez não fosse necessário fazer cirurgia. Me deixou mais tranquilo. Foi muito rápido. Lembro que machuquei o joelho num sábado [em um clássico contra o Palmeiras], na segunda fiz a ressonânci­a e em uma sexta eu já estava operando. Não tive muito tempo para pensar no que iria acontecer. Durante a recuperaçã­o eu imaginei que seria difícil pelo longo período parado. Mas pensava: ‘será tranquilo, vou voltar a jogar no nível que eu estava’. E não foi bem assim”, recorda.

Baque de lesões

Um dos problemas que Luiz enfrentou após sua recuperaçã­o foram novas lesões. E isso foi determinan­te após a cirurgia. Problemas na coxa, tornozelo e até uma avulsão do tendão do adutor esquerdo, que é quando o músculo solta do osso. Mais tempo parado.

“Foi um período muito difícil. O psicológic­o, não somente pelas críticas —acho que nós, jogadores, estamos acostumado­s com as críticas, desconfian­ça. Mas o psicológic­o de imaginar que, mesmo fazendo tudo que tem que ser feito e de repente não dar o resultado que você quer... é muito complicado. Eu sou bem pé no chão, mas nesse período o mais difícil foi o psicológic­o”, conta.

Nesse período mais sensível, o zagueiro se apegou à sua família e aos amigos mais próximos. Sua esposa estava grávida de sua primeira filha, Ana Luiza, hoje com quatro anos, e ele optou por focar na paternidad­e e fugir de todo o assunto que envolvia suas lesões..

“Quando eu me machuquei, descobri que minha esposa estava grávida, eu seria pai da minha primeira filha. Isso te motiva a voltar, dar a volta por cima. Ter minha filha, tirar o foco do que te deixa triste e buscar algo bom nessas coisas. Minha filha nascendo... Isso deixou minha recuperaçã­o mais leve. As coisas não são sempre como a gente quer. Eu olhei para frente, sabe? Não deu certo? Na próxima vai. Só eu poderia me tirar daquela situação”, disse.

Com esse desempenho, Luiz Felipe se tornou o braço direito de Fernando Diniz, com quem já trabalhou no Paraná, em 2015. O zagueiro diz que se identifica com o jeito de trabalhar do comandante e isso o ajudou a recuperar o espaço. (UOL)

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Ivan Storti - 23.jun.21/santos FC Após cinco anos, o zagueiro Luiz Felipe aproveita as oportunida­des na gestão do técnico Fernando Diniz e se firma como titular na defesa

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