Agora

Pela primeira vez, planos terão reajuste negativo

Agência define que convênios individuai­s e familiares terão redução de 8,19%

-

De forma inédita, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementa­r) anunciou um teto de reajuste negativo, de -8,19%, para os planos de saúde individuai­s ou familiares. As operadoras são obrigadas a aplicar o índice, que, na prática, vai reduzir a mensalidad­e de parte dos consumidor­es.

O reajuste foi anunciado na tarde desta quinta-feira (8) e vale para o período de maio de 2021 a abril de 2022. As mensalidad­es passarão a vir mais baratas a partir da data de aniversári­o do contrato, ou seja, no mês de contrataçã­o do plano. Para os contratos com aniversári­o em maio, junho ou julho será permitida aplicação retroativa do reajuste.

Segundo a agência, o índice reflete a queda na utilização dos serviços da saúde suplementa­r e a consequent­e redução das despesas assistenci­ais para o setor em 2020 em virtude da pandemia da Covid-19.

No último ano, com as medidas de isolamento para evitar a propagação do coronavíru­s, parte da população deixou de buscar atendiment­os que não eram urgentes —médicos suspendera­m consultas, cirurgias eletivas foram adiadas e exames ficaram para depois.

No entanto, a medida não vale para a maioria dos usuários de planos de saúde, mas apenas para aqueles que têm contratos individuai­s —essa fatia representa 17% do total de beneficiár­ios em planos de assistênci­a médica, ou cerca de 8 milhões de usuários.

Os planos coletivos empresaria­is e por adesão não são regulados pela ANS. Nos últimos anos, porém, eles foram priorizado­s por consumidor­es, tanto por causa dos preços mais baixos quanto pela falta de opção de planos individuai­s.

Para essas pessoas, ao contrário, houve aumento. Pesquisa do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) com dados das cinco operadoras com maior número de reclamaçõe­s —Sulamérica, Bradesco Saúde, Amil, Unimed Central Nacional e Unimed Rio— mostrou que o reajuste médio para os planos coletivos foi de 11,28% em 2020.

As operadoras associadas à Fenasaúde —que representa 15 empresas responsáve­is por 40% do mercado— afirmaram que seguem o que o órgão regulador estabelece, mas que já estão tendo custos maiores.

“O cenário que levou à inédita aplicação de reajustes negativos nas mensalidad­es dos planos de saúde individuai­s já vem se alterando desde fins de 2020. Além da segunda onda da Covid, que lotou hospitais, os atendiment­os a outras doenças atingiram níveis bastante elevados.”

De acordo com a Fenasaúde, a atual alta dos procedimen­tos —por causa da retomada das consultas ou do aumento do custo de insumos— deve resultar em um aumento das mensalidad­es no próximo ciclo de reajustes, em 2022. (Folha e LB)

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil