Agora

Investimen­to público no esporte cai R$ 350 milhões

- CARLOS PETROCILO JOÃO GABRIEL

Pesquisa indica queda no aporte para o ciclo da Olimpíada de Tóquio

No dia 2 de outubro de 2009, em Copenhague (DIN), quando o então presidente do COI (Comitê Olímpico Internacio­nal) Jacques Rogge abriu o envelope e anunciou que o Rio de Janeiro havia sido escolhido para sediar os Jogos de 2016, o esporte de alto rendimento no Brasil passou por uma guinada de investimen­tos do governo federal.

O projeto tinha como objetivo que o país terminasse entre os dez primeiros colocados no quadro geral de medalhas. O Brasil conseguiu fazer a sua melhor campanha ao contabiliz­ar 19 (7 de ouro, 6 de prata e 6 de bronze), mas não alcançou a meta ao ficar em 13º.

Além do bom desempenho na conquista de medalhas, o Brasil também registrou um recorde no investimen­to esportivo por parte do Estado brasileiro. Foram R$ 3,2 bilhões gastos no ciclo olímpico (2013 a 2016), sem contar a construção das arenas e obras de infraestru­tura na cidade.

Os dados são de um levantamen­to do projeto Transparên­cia no Esporte, da Universida­de Federal de Brasília (UNB), que mapeia os gastos estatais esportivos, tanto orçamentár­ios quanto extraorçam­entários. Os valores foram atualizado­s com base no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

No entanto, passada a euforia de uma Olimpíada em casa, o investimen­to público no esporte para o ciclo de Tóquio (de 2017 a 2020 —ano para o qual estava inicialmen­te previsto o evento no Japão, antes da pandemia) foi de R$ 2,8 bilhões. Uma queda de R$ 350 milhões (11%) em comparação com os Jogos Rio-2016.

O valor ainda é maior que os R$ 2,6 bilhões gastos de 2009 a 2012, ciclo de Londres-12 —que começa no ano em que o Rio é anunciado como sede olímpica e marca a explosão do investimen­to público em esporte, superando em mais de R$ 1 bilhão o de Pequim-2008.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) rebaixou a estrutura do Ministério do Esporte para secretaria subordinad­a ao Ministério da Cidadania. Um dos primeiros atos foi promover mudanças no formato de patrocínio­s de estatais para atletas e confederaç­ões.

Até 2018, sete estatais (Caixa, Petrobras, Banco do Brasil, Correios, Infraero, Furnas e BNDES) detinham 73 contratos esportivos, segundo levantamen­to da Folha de S.paulo. Logo no primeiro ano de Bolsonaro, 50 foram encerrados.

Desde que o Ministério do Esporte virou secretaria, o investimen­to da pasta despencou: de R$ 70,3 milhões, em 2018, para R$ 19,5 milhões, em 2020.

Segundo o Ministério da Cidadania, para o ciclo de Tóquio foram gastos R$ 439,6 milhões com o Bolsa Atleta, R$ 4,5 bilhões das loterias federais e mais R$ 2,5 bilhões em outros programas. (Folha)

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Martin Bureau - 30.mai.21/afp Osaka é a primeira japonesa campeã de Grand Slam e a única asiática (entre homens e mulheres) a ser líder do ranking
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Zanone Fraissat - 16.set.16/folhapress Antes da Olimpíada Rio-2016, a verba pública para o esporte atingiu o ápice, mas, depois, cai a cada ano e hoje é uma das menores da história

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