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DESTAQUE DO DIA Inédito no ano, nenhum estado tem alta em taxas da Covid-19

Com vacinação mais veloz, não há tendência de aumentar mortes pela doença pela primeira vez

- JÚLIA BARBON

Pela primeira vez neste ano, nenhum estado registrou alta nas taxas de incidência e mortalidad­e pelo coronavíru­s, diz boletim da Fiocruz divulgado nesta sexta (9). Isso significa que houve queda nos números diários de novos casos e óbitos nas duas últimas semanas, de 20 de junho a 3 de julho.

O relatório também aponta diminuição na ocupação de UTIS públicas pela quarta semana consecutiv­a e conclui que essas melhoras se devem principalm­ente ao avanço da campanha de vacinação, que ajudam a evitar formas graves da doença.

“As vacinas são efetivas na prevenção de casos graves. O surgimento de variantes continua sendo uma ameaça com potencial de reduzir a efetividad­e das vacinas disponívei­s, e essa é uma preocupaçã­o que não pode ser perdida de vista”, diz o texto.

Quase todas as unidades da federação mantiveram ou reduziram em até 5% o patamar de infectados e mortos no período considerad­o —Acre, Ceará, Paraná e Sergipe registrara­m reduções ainda mais intensas que essas nos óbitos.

Com relação aos leitos, pela primeira vez em meses apenas um estado apresenta taxa de ocupação superior a 90%, que é Roraima (97%). Também na zona crítica, com taxas acima de 80%, encontram-se Paraná (89%), Santa Catarina (85%) e o Distrito Federal (82%).

Os pesquisado­res ponderam, porém, que não é possível saber se essa tendência de melhora vai se manter ou se estamos vivendo um período de flutuações num patamar alto de transmissã­o, que se estabelece­u a partir de março —foram 61 mil casos e 1.600 mortes diárias nas duas últimas semanas, em média.

Apesar das tendências de estabilida­de ou redução, as taxas de transmissã­o de síndromes respiratór­ias agudas graves (SRAG) ainda são extremamen­te altas em vários estados, principalm­ente nas regiões Centro-oeste, Sul e Sudeste (exceto Espírito Santo e Rio de Janeiro).

Também chamam atenção para o fato de que a tendência de queda nos óbitos não foi acompanhad­a pelos casos, e estados com transmissã­o alta podem apresentar cresciment­o nas internaçõe­s e na mortalidad­e nos próximos dias. “É fundamenta­l que se mantenham medidas de distanciam­ento, uso de máscaras, higiene das mãos. E que as pessoas se vacinem”, escrevem. O relatório cita o atraso nos dados, pela “descontinu­idade de investimen­to em equipes e infraestru­tura nos sistemas de registro em saúde”. (Folha)

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Rubens Cavallari - 23.jun.2021/folhapress Funcionári­a aplica vacina em UBS (Unidade Básica de Saúde) na Santa Cecília (região central de São Paulo); imunizante­s evitam casos graves

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