Área de futuro parque na zona leste é invadida por nova favela U
Criado há quatro anos por lei, Parque Fazenda da Juta já perdeu parte de sua cobertura vegetal
Um tapete de árvores remanescentes de mata atlântica na zona leste, região mais populosa da capital paulista, é alvo de degradação acelerada. Em imagens captadas por drone da Folha, veem-se lonas azuis encobrindo uma fileira de barracos que formam uma nova favela no lugar.
O crime ambiental ocorre em várias porções da área de 150 mil m² circundada por prédios e casas e que deveria estar estruturada para se tornar o Parque Municipal Fazenda da Juta.
A iniciativa de transformar a área em um parque foi prevista no Plano Diretor da cidade de São Paulo em 2015 e, dois anos depois, um projeto de lei foi aprovado na Câmara Municipal.
Como a estrutura do parque não saiu do papel, a Promotoria de Justiça do
“Tudo foi sendo ocupado com a chegada
de mais gente. Só restou essa vegetação
para o parque”
Meio Ambiente de São Paulo abriu um inquérito civil, em junho deste ano, para investigar o descaso das autoridades em relação à preservação da última área verde de Fazenda da Juta.
Evaniza Rodrigues, 52, integrante do Movimento Sem-terra Leste 1, diz que a mata da região foi reservada para ser um parque ainda no final da década de 1980, quando o movimento reivindicou a repartição e a regularização da área desocupada junto à CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), do governo paulista.
“Mas tudo foi sendo ocupado com a chegada de mais gente. Só restou essa vegetação para o parque”, conta Rodrigues.
Procurado, Marlon Salles da Silva, 44, subprefeito de Sapopemba, responsável pela região, preferiu responder por meio de nota. Ele disse que devido às ocorrências de ocupação na área, há um processo em andamento que busca informações para regularização fundiária ou projeto de urbanização no interior do limite do parque.
Segundo diz, uma ação, realizada no último dia 3, com o apoio da GCM Ambiental e da PM, “impediu a continuidade de construções irregulares”. (Folha)
Evaniza Rodrigues, 52, integrante do Movimento
Sem-terra Leste 1