Novato Lionel Scaloni desafia o rodado e campeão Tite
Lionel Scaloni, 43, se tornou técnico da seleção argentina um pouco por acaso. Ex-assistente de Jorge Sampaoli, foi promovido após um período de interinato e faz seu primeiro trabalho como treinador na carreira. E logo com a equipe nacional de seu país.
Tite, 60, se transformou no comandante da seleção brasileira porque mostrou ao longo de uma trajetória já extensa, mas principalmente em duas etapas vitoriosas no Corinthians recentemente, que tinha currículo e capacidade para assumir a função.
São muito distintas as trajetórias dos técnicos finalistas da Copa América, que se enfrentam neste sábado. E a experiência pode valer para o gaúcho, mas Scaloni sabe que tem Messi em grande fase e é pessoa indicada para transmitir aos seus jogadores a necessidade de aproveitar o momento de tocar a glória.
Como o argentino, na época em que era um voluntarioso lateral direito do Deportivo La Coruña, da Espanha, clube que defendeu entre 1998 e 2005 e foi sua porta de entrada na Europa.
Mais acostumado à segunda do que à primeira divisão espanhola, o Super Depor, como foi chamado na época, se colocou entre os grandes sem pedir licença. Na temporada 1999/2000, deixou Barcelona e Real Madrid para trás e ficou com o título.
Lionel Scaloni ainda foi campeão da Copa do Rei e bicampeão da Supercopa da Espanha com o clube.
Por essa experiência, o voluntarioso lateral direito descobriu que é preciso abraçar a oportunidade quando ela se coloca diante de alguém no futebol.
Foi semelhante a sua chegada à seleção da Argentina, como um bonde que passou e no qual ele subiu.
Quando se aposentou, Scaloni buscou Jorge Sampaoli à procura de um trabalho. Do Sevilla, foram para a equipe nacional argentina, experiência que apenas serviu para expor o trabalho ruim de Sampaoli.
A queda do treinador após a eliminação no Mundial abriu o caminho para que seu auxiliar assumisse. Diante da recusa de outros técnicos de renome para treinar a seleção, Scaloni iniciou como interino e ficou no cargo até que foi efetivado no fim de 2018.
Já são 33 partidas com a Argentina, com 19 vitórias, 10 empates e somente 4 derrotas. Para a final da Copa América, ele e sua equipe chegam com uma invencibilidade de 19 jogos. A última derrota? Queda para o Brasil na semifinal do torneio continental de 2019, no Mineirão, confronto que terminou 2 a 0 a favor da equipe da casa, que foi campeão.
Foi um torneio que ajudou a consolidar a posição de Tite como técnico da seleção brasileira, após a eliminação nas quartas de final da Copa de 2018. Vencer a competição em casa, diante da torcida, daria ao gaúcho maior tranquilidade para seguir com a preparação de um ciclo completo para o Mundial seguinte. (Folha)