‘Superman’ teve astros, salário histórico e brigas com produtores
As produções de “Superman, o Filme” (1978) e “Superman 2, A Aventura Continua” (1980) renderiam uma coluna à parte. A começar pelo elenco estelar, encabeçado por Marlon Brando, que interpretou o pai de Superman, Jor-el.
O astro recebeu US$ 3,7 milhões, o maior salário pago a um ator até então, mais uma porcentagem dos lucros por 12 dias de filmagem. O valor incluía os dois filmes, mas as cenas de Brando não foram usadas no segundo longa, pois ele havia processado os irmãos e produtores Salking e a Warner em US$ 50 milhões, alegando não ter recebido sua parte na bilheteria.
Gene Hackman, também um ator consagrado a esta altura, ficou em dúvida se aceitaria o papel do vilão Lex Luthor. Depois de embarcar no projeto, o próximo desafio foi estético. O ator apareceu nos testes de maquiagem com um “belo bigode Lex Luthor”, como contou em entrevista. “Dick (o diretor Donner) negociou para perder o seu [bigode] se eu fizesse o meu. Ele comemorou meu último golpe de navalha tirando os bigodes falsos que havia comprado”, disse Hackman à Hollywood Reporter.
Christopher Reeve, por sua vez, ainda não era muito conhecido. Por isso, nos créditos do filme, seu nome aparece após os de Brando, Hackman, Donner e dos produtores.
E não foi apenas Brando que brigou com os irmãos Salking. Donner acabou demitido antes que a sequência estivesse pronta, e o diretor Richard Lester assumiu o projeto, levando os créditos. No entanto, como os dois longas foram filmados ao mesmo tempo, a maior parte das sequências de “Superman 2, A Aventura Continua” (1980) haviam sido dirigidas por Donner. Lester refilmou algumas e imprimiu sua visão ao Superman (ele criticava o que considerava visão épica de Donner sobre o herói).
Em 2006, o nome de Donner voltou aos créditos do segundo longa, em uma versão reeditada pelo diretor, chamada de “Superman 2, The Richard Donner Cut”. “Dick tornou tudo divertido, e é por isso que os filmes também ficaram assim”, resumiu Hackman.