Viúva Negra vira protagonista depois de anos apoiando outros heróis
Passado da personagem da Marvel, vivida pela carismática Scarlett Johansson, é desvendado em novo filme
O Homem de Ferro foi quem inaugurou o Universo Cinematográfico Marvel, o MCU, em 2008. Algumas semanas depois, Hulk também chegou às telas, com um ator diferente do atual. Capitão América e Thor logo seguiram esse caminho, com sagas bilionárias próprias. Dos Vingadores originais, só Gavião Arqueiro —que nunca foi exatamente queridinho dos fãs— e Viúva Negra, esta sim amada, em boa parte graças ao carisma de Scarlett Johansson, não tinham filmes só deles.
Essa história mudou nesta semana, quando chegou aos cinemas e ao Disney+ o longa “Viúva Negra” —o primeiro do estúdio desde o início da pandemia, após série de adiamentos. Pela primeira vez, a Marvel terá uma trama inteiramente destinada à heroína que, muito antes de Capitã Marvel ou Mulher-maravilha, abriu a porta às mulheres nos universos compartilhados, hipermasculinizados, dos super-heróis.
É claro que outras personagens dos quadrinhos já haviam feito incursões solitárias nos cinemas, como Elektra e Mulher-gato, mas nenhuma delas se prendeu ao imaginário popular tanto quanto a Viúva Negra de Johansson —nem viu seus rostos estamparem tantos milhares de produtos licenciados, de canecas a fantasias para garotinhas.
“Eu acho que essa é uma personagem com muita integridade, por isso ela é tão grande. Ela não tem medo de admitir quando erra, ela é curiosa em relação às outras pessoas. Acho que isso faz ela se destacar, torna ela cativante”, diz a atriz em evento virtual para a imprensa.
O impacto da heroína na cultura pop recente é imenso, mas até agora havia sido pouco reconhecido pelo próprio estúdio que a criou. Em “Viúva Negra”, descobrimos mais sobre o passado da personagem, oficialmente Natasha Romanoff, treinada desde pequena pela KGB, o serviço secreto soviético, para ser uma máquina de matar.
Mas “Viúva Negra” não é exatamente uma história de origem. O novo longa é ambientado entre “Capitão América: Guerra Civil” e “Vingadores: Guerra Infinita”, de 2016 e 2018, respectivamente. São capítulos recentes do MCU, entre os quais Natasha precisa fugir das autoridades e dos outros Vingadores. É nesse contexto que ela consegue mergulhar no próprio passado e, consequentemente, apresentá-lo ao público.
“No começo desse filme, a Natasha
está sozinha pela primeira vez. Nós sempre a vimos como parte de algo, de um bem maior. E de repente ela está nesse lugar estranho, cheio de possibilidades, mas que também a sufoca”, explica a atriz.
Visita de outra soldado
Enquanto lida com seus traumas, a protagonista recebe a visita de outra viúva negra —como foram batizadas as super-soldados soviéticas dessa ficção—, vivida pela estrela em ascensão Florence Pugh. Elas se juntam à versão eslava do Capitão América, um herói ultranacionalista interpretado por David Habour, e à cientista e ex-guerreira de Rachel Weisz, para pôr fim à cruel rede de espionagem da qual fizeram parte.
Em videoconferência, Rachel Weisz diz que essa é uma boa oportunidade para os fãs entenderem as complexidades de Natasha —uma Vingadora diferente, sem superpoderes, que entra no campo de batalha munida apenas de sua inteligência e das habilidades que desenvolveu.
“Eu espero que as pessoas vejam quem ela é de verdade, a entendam psicologicamente e conheçam suas vulnerabilidades. Afinal, ela é como todos nós, muito, muito humana”, afirma a atriz.
É um filme que vai confortar os fãs e ajudá-los a processar o luto? Sim, acredita Rachel Weisz. Para quem não esteve entre os cerca de 18 milhões de brasileiros que foram ao cinema ver “Vingadores: Ultimato”, em 2019, Natasha teve uma morte trágica no filme, pegando muita gente de surpresa e causando choro no escurinho das salas.
SERVIÇO
Viúva Negra Em cartaz nos cinemas e no Disney+, por R$ 69,90. Direção: Cate Shortland. Elenco: Scarlett Johansson, Rachel Weisz, Florence Pugh e David Harbour. Produção: EUA, 2021. Classificação: 12 anos.