Diva Depressão faz sucesso no Youtube com humor e celebridades
Originalidade, comédia ácida, memes e representatividade levam o canal à marca dos 3 milhões de inscritos
Apesar de o humor ácido ser uma das maiores marcas do canal Diva Depressão, a conquista dos 3 milhões de inscritos chegou, em meio à pandemia, após muita evolução, aprendizado e mudanças para Eduardo Camargo, 32 anos, e Filipe Oliveira, 33. Ou, como passaram a ser conhecidos na internet, Edu e Fih.
O casal se prepara para a terceira temporada de seu reality show Corrida das Blogueiras, que, segundo Edu, deve começar a ser filmado entre setembro e outubro, para assegurar que os competidores estejam vacinados contra a Covid-19. “Tem tudo para ser um projeto grande.”
Ele conta que, desde o começo do canal, em 2013, até agora, eles precisaram repensar a maneira de falar sobre famosos, roupas e eventos. Apesar do tom de brincadeira de sempre, os dois sentiram necessidade de “pegar um pouco mais leve” e produzir vídeos diferentes.
“Não falamos só de famosos, falamos de decoração, de festa, fazemos conteúdo sobre memes que estouram na internet e também enaltecemos celebridades”, diz Edu.
O youtuber comenta que alguns dos vídeos acabam chegando até os famosos e que a necessidade de mudança veio também disso, depois de perceberem que ofenderam e machucaram pessoas. “Lá no começo, não fazíamos ideia de que os vídeos iriam chegar nessas pessoas”, relembra. “Começaram a reparar em nós e, mesmo sem a intenção de ofender, acabou acontecendo com algumas pessoas.”
Edu conta que, hoje, recebem muito apoio de fãs e patrocinadores. Ele diz que o canal conseguiu chegar a um patamar em que pode escolher marcas que fazem mais sentido para eles e, principalmente, que apoiam o trabalho que fazem o ano inteiro, e não apenas em junho, mês do orgulho LGBTQIA+.
O casal também tenta demonstrar seus posicionamentos, diz Edu. Embora o intuito do canal seja divertir, há assuntos sobre os quais eles não podem deixar de falar.
“Temos o Jornal da Diva, onde damos as notícias do mês, e não tem como fugir das coisas ruins”, explica. “Começamos a sentir muita necessidade de nos posicionar e de realmente falar. Quando não falamos nada no canal, falamos no Instagram ou no Twitter.”
E, para Edu, eles conseguiram achar o tom: a chave foi entender que não é necessário abordar todos os assuntos sérios, mas sim o que faz sentido para eles e para o público. “Enquanto pessoas LGBTS e muito esclarecidas da nossa posição política e social, precisamos falar.”
Assim como ocorreu com quase todo o universo do entretenimento, a pandemia também impôs necessidade de mudanças ao Diva Depressão, que precisou adaptar projetos. Quadros como Gastronodiva e Amiga, Deixa de Ser Trouxa passaram a ser feitos em casa, com convidados participando de forma remota —e essa mudança foi positiva. “A [participação da] Xuxa é uma coisa que não acreditamos até agora que aconteceu”, relembra o youtuber.
A criatividade também fluiu, e quadros como Desvendado o Meme e A Fazenda Depressão surgiram durante o isolamento. E apesar das dificuldades trazidas pela pandemia, com prejuízos no que diz respeito à saúde mental, Edu conta que o canal recebeu muita força dos seguidores e que isso foi fundamental para manter o ritmo de produção e chegar até os 3 milhões. “Não tínhamos nem coragem de imaginar isso. Tudo o que está acontecendo hoje é muito além do que já imaginávamos”, diz. Agora, a ordem é continuar trabalhando para conquistar novos espaços, sem deixar de lado “a identidade do humor ácido, que não queremos perder”.