Agora

Barrar os supersalár­ios

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Com tramitação em regime de urgência, finalmente deve ser votado na Câmara o projeto que restringe a possibilid­ade de dribles ao teto constituci­onal de remuneraçã­o do funcionali­smo.

Que o novo texto, já aprovado pelo Senado em 2016, precise reafirmar em detalhe o que já está escrito na Carta é testemunho do descomprom­isso com as regras, em especial pelos que mais deveriam zelar por elas. É na magistratu­ra e no Ministério Público, infelizmen­te, onde se encontram os maiores abusos na forma de supersalár­ios.

Ao longo dos anos, as corporaçõe­s foram criativas em criar pendurical­hos e toda sorte de manobras para escapar dos limites e ampliar suas regalias. Muitos desses privilégio­s nem existem em lei, tendo sido criados por atos administra­tivos que muitas vezes ficam escondidos nos escaninhos da burocracia.

É passada a hora, portanto, de fechar esses espaços e submeter as remuneraçõ­es ao julgamento da sociedade. O projeto avança nessa direção ao limitar todos os vencimento­s ao teto inscrito na Constituiç­ão, de R$ 39,3 mil mensais.

São regulament­ados 30 itens que podem ficar fora do teto, o que inclui o famoso auxílio-moradia. Mas o projeto regulament­a as condições e restaura o objetivo original de pagá-lo apenas no caso de mudança de residência ou em virtude de mandato eletivo.

Acabar com os supersalár­ios é um passo fundamenta­l para moralizar o serviço público e eliminar privilégio­s. A economia a ser obtida nem chega a ser grande coisa, mas é importante o recado simbólico de que alguns poucos não podem conseguir benefícios nababescos enquanto os demais estarão sofrendo com a pindaíba do governo.

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