Agora

Itália cala ingleses em Wembley e conquista o título da Euro-20

Após empate no tempo normal e na prorrogaçã­o por 1 a 1, a taça veio nas cobranças de pênaltis

- JOSUÉ SEIXAS

Os zagueiros Chiellini, 36, e Bonucci, 34, nunca desistiram. Juntos somam 70 anos e só um título representa­ndo a Itália, justamente o deste domingo (11), que calou a torcida inglesa em Wembley após cobranças de pênaltis. Coube a Chiellini levantar a taça, mas foi Bonucci quem lembrou aos italianos a nunca desistir.

Os dois se negaram a se acostumar com as derrotas ao longo dos anos, embora elas fossem muitas. Eliminaçõe­s na primeira fase das Copas do Mundo de 2010 e 2014, ausência em 2018, derrota na final da Euro para a Espanha em 2012, por 4 a 0, no maior placar da competição.

Os veteranos ainda contaram com a ajuda de um jovem goleiro para colocar a Itália de volta no caminho das conquistas. Donnarumma, 22, garantiu seu nome na reconstruç­ão italiana. Prodígio desde que estreou no Milan, o goleiro defendeu duas cobranças de pênalti e garantiu o título para a sua seleção, assim como Buffon na Copa do Mundo de 2006.

Guerreiros e remanescen­tes dessas campanhas, a dupla de zaga é a espinha dorsal da reestrutur­ação iniciada pelo ex-atacante e hoje técnico Roberto Mancini. À beira da prorrogaçã­o, Chiellini usou da experiênci­a para puxar Saka, que iria como um foguete para o ataque, ao ver Bonucci cansado.

A bola passou por muitos nomes, como Jorginho, o dono do meio de campo da Itália, que continuou na partida apesar de dores no joelho. Verratti compensou na defesa, Emerson Palmieri cresceu na ausência de Spinazzola.

Do lado inglês, o atacante Harry Kane só teve o nome anunciado ao dar o passe que iniciou a jogada do gol de Shaw, aos 2min do primeiro tempo. Bonucci empatou a partida após confusão em jogada de escanteio, aos 21min do segundo tempo.

E por mais que esse time de Mancini tenha a força do ataque, o melhor da competição, foi a defesa que desestrutu­rou todas as ideias de Gareth Southgate, que já conhece o sentimento de silenciar Wembley. Há 25 anos, ele desperdiço­u o pênalti que classifica­ria a Inglaterra à final da Euro. Neste domingo (11), perdeu a final à beira do campo.

Eram 7 mil torcedores italianos contra 60 mil ingleses na arquibanca­da, o maior público da Euro. No Reino Unido, mais da metade da população (66%) recebeu duas doses da vacina contra a Covid-19, enquanto 87,1% recebeu a primeira dose, de acordo com o governo. Para estar na arquibanca­da era preciso apresentar teste PCR negativo.

Antes da partida, os ingleses encheram as ruas e comemorara­m. O sentimento de chegar a uma final inexistia para a maioria deles a última havia sido em 1966, contra a Alemanha, e garantiu o título da Copa do Mundo, em Wembley.

O destino reservou, no entanto, o mesmo destino às duas seleções que mandaram seus jogos em casa neste fim de semana. Enquanto o Brasil sofreu um segundo Maracanazo, desta vez contra a Argentina, a

Itália brincou com a música inglesa, “It’s Coming Home” (está indo para casa), e transformo­u-a em “It’s Coming Rome” (está indo para Roma).

Nas cobranças de pênalti, os italianos se assustaram ao ver que Belotti parou em Pickford. No entanto, o roteiro inglês resolveu se repetir à risca. Rashford demorou demais para bater na bola e até deslocou Donnarumma, mas mandou a pelota na trave.

Na cobrança seguinte, Sancho, que também havia entrado somente para as cobranças, parou em Donnarumma. Jorginho foi para a última bola. Como contra a Espanha, foi tranquilo. Dessa vez, perdeu. Coube a Donnarumma garantir o título. Ele defendeu o chute de Saka. Seguiu viva a maldição de Southgate. (Folha)

 ?? Michael Regan/reuters ?? Os jogadores da seleção da Itália comemoram o título da Eurocopa depois de vencerem a Inglaterra na disputa de pênaltis por 3 a 2, em Londres
Michael Regan/reuters Os jogadores da seleção da Itália comemoram o título da Eurocopa depois de vencerem a Inglaterra na disputa de pênaltis por 3 a 2, em Londres

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil