PF apurará suspeita de omissão de Bolsonaro no caso Covaxin
BRASÍLIA A Polícia Federal instaurou inquérito para investigar suspeita de prevaricação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na negociação do governo para a compra da vacina indiana Covaxin.
Também nesta segundafeira (12) a Procuradoria da República no Distrito Federal abriu uma apuração preliminar sobre o suposto pedido de propina realizado por parte de Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde. A apuração sobre suposta prevaricação do presidente da República tem origem nas afirmações do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), que disse em depoimento na CPI da Covid ter avisado Bolsonaro sobre irregularidades nas tratativas e pressões que seu irmão, servidor do Ministério da Saúde, teria sofrido.
A prevaricação é um tipo criminal em que o agente público deixa de agir ou retarda a ação para satisfazer interesses pessoais. No caso do presidente, a apuração vai buscar saber se ele foi de fato informado e se tomou medidas.
A investigação foi solicitada pela PGR (Procuradoria-geral da República) após a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber cobrar manifestação do órgão sobre a notícia-crime apresentada à corte por três senadores.
Na PF, o caso será conduzido pelo Sinq (Serviço de Inquérito) da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado, setor que cuida de apurações que envolvem pessoas com foro.
“Primeiro, eu entendo que a prevaricação se aplica a servidor público, não se aplicaria a mim. Mas qualquer denúncia de corrupção eu tomo providência”, disse Bolsonaro na tarde desta segunda-feira, após reunião com o presidente do Supremo, Luiz Fux.
“Até o do Luis Lima [Bolsonaro errou o nome de Miranda], mesmo conhecendo toda a vida pregressa dele, a vida atual dele, eu conversei com [ex-ministro da Saúde, Eduardo] Pazuello. Pazuello, tá uma denúncia aqui do deputado Luis Lima [Miranda] de que estaria algo errado acontecendo, dá para dar uma olhada? Ele viu e não tem nada de errado, já estamos tomando providência. Vamos corrigir o que está sendo feito.”
Em outro momento, Bolsonaro disse não ter como ver tudo o que “acontece nos 22 ministérios”. (Folha)