Procuradoria abre apuração sobre denúncia de propina em vacinas Reverendo apresenta atestado médico para não depor em CPI
BRASÍLIA A Procuradoria da República no Distrito Federal abriu uma apuração preliminar sobre o suposto pedido de propina por parte de Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde.
Tecnicamente conhecida como notícia de fato, a apuração consiste no levantamento de informações iniciais sobre o ocorrido e pode levar a desdobramentos nas áreas criminal e administrativa.
O trabalho está a cargo da procuradora Melina Montoya Flores. De acordo com a Procuradoria, a apuração tramita sob sigilo. O prazo é de 30 dias, prorrogáveis.
A reportagem entrou em contato com a defesa de Dias, mas não houve uma resposta até a conclusão deste texto.
Em entrevista, o policial militar Luiz Paulo Dominghetti Pereira, representante da empresa Davati Medical Supply, disse que Dias cobrou a propina em um jantar em um restaurante de Brasília em dia 25 de fevereiro.
Dominghetti afirmou que recebeu de Dias pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde. Dias foi demitido do ministério horas após a publicação da entrevista de Dominghetti.
Após a publicação da reportagem, o líder da minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB-RJ), o líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), e demais líderes de partidos de oposição ao governo Jair Bolsonaro enviaram uma representação ao Ministério Público Federal. O documento foi protocolado no dia 2. (Folha)
BRASÍLIA O reverendo Amilton Gomes de Paula encaminhou nesta segunda-feira (12) para a CPI da Covid um atestado médico para justificar sua impossibilidade de comparecer ao depoimento nesta semana.
O reverendo, fundador da ONG Senah, iria prestar depoimento na próxima quarta-feira (14).
O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), por sua vez, informou inicialmente que iria solicitar uma perícia no atestado médico apresentado pelo reverendo.
Aziz depois aumentou a rigidez de sua demanda e pediu uma perícia médica do reverendo. A pedido da CPI, a Junta Médica do Senado federal encaminhou um ofício a Gomes de Paula o convocando para comparecer nesta terça-feira (13), às 15h, para uma perícia médica presencial.
O reverendo deve trazer toda a sua documentação relacionada ao caso, como exames laboratoriais e de imagem, além de relatórios médicos. Amilton Gomes de Paula entrou no radar da comissão pois teria recebido autorização do Ministério da Saúde para negociar a compra de 400 milhões de doses da Astrazeneca, através da empresa Davati Medical Supply.
Essa autorização foi concedida por Laurício Cruz, então diretor de imunização do Ministério da Saúde, que acabou exonerado.
O reverendo teria sido o responsável por colocar em contato o PM Luiz Paulo Dominghetti, que buscava negociar as 400 milhões de doses da imunização, e representantes do Ministério da Saúde. (Folha)