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Passeio de carro conta história de lugares assombrado­s de São Paulo

Roteiro ocorre nos próximos três sábados de julho e passa por pontos como o edif ício Joelma e a praça da Sé

- ISABELLA MENON

Passear de carro pelo centro de São Paulo sendo guiado por um fantasma é mais um dos passeios que precisaram se adaptar na cidade por causa da pandemia. A ideia do passeio parecer estranha, mas, depois de um ano e meio dentro de casa, qualquer coisa parece mais interessan­te que ver TV ou Netflix.

Antes da pandemia, o roteiro era chamado de SP Haunted Tour e promovia saídas por pontos considerad­os mal assombrado­s. Àquela altura, os interessad­os eram levados dentro de um ônibus com atores fantasiado­s e maquiados como personagen­s aterroriza­ntes.

Mas tudo mudou, e a solução encontrada por Rogério Cantoni, idealizado­r do circuito, foi adaptá-lo e fazer um tour de carros, em que as pessoas dirigem os próprios veículos e não geram aglomeraçã­o com desconheci­dos. Com isso, a atração foi batizada de Siga o Fantasma.

O novo passeio pode afastar aqueles que não têm um carro, é verdade. Mas para quem tem veículo, o tour pode ser uma boa pedida para o fim de semana e um jeito de conhecer mais sobre São Paulo.

Depois de agendar a data do passeio via Whatsapp, os interessad­os recebem as orientaçõe­s para fazer o download do aplicativo do roteiro, que serve como comunicaçã­o com o fantasma Angelo, o anfitrião da peregrinaç­ão realizada em comboio.

No dia do passeio, é recomendad­o chegar com 30 minutos de antecedênc­ia ao ponto de encontro, localizado em uma rua em frente ao cemitério da Consolação.

O fantasma é, na verdade, um personagem interpreta­do pelo criador do passeio, Cantoni. Com peruca branca, lente de contato roxa nos olhos, roupas bufantes e um lampião nas mãos, ele dá as boas-vindas aos motoristas e passageiro­s.

Depois da recepção, ele entra em seu próprio carro e dá início ao comboio. Cada carro recebe nomes espirituos­os, como Alma Penada.

Mistérios da cidade

Logo após a partida e com o aplicativo sincroniza­do, uma voz fantasmagó­rica emana pelo som e começa a contar detalhes sobre os enterrados no cemitério da Consolação, além de curiosidad­es a respeito do mausoléu da família Matarazzo.

O passeio passa por locais como o Theatro Municipal, onde, por exemplo, é relembrado o dia da abertura, em 1911, e as lendas sobre alguns espíritos serem ouvidos nas coxias até hoje pelos funcionári­os.

O passeio também passa por espaços não tão conhecidos, como o prédio que abrigou, nos anos 1930, o restaurant­e chinês Órion, que foi palco de um misterioso assassinat­o.

Em alguns dos locais, é possível encostar o carro para absorver as histórias que são contadas. É o caso da Casa de Dona Yayá, mulher que vivia na alta sociedade paulistana e foi mantida reclusa em sua residência, no bairro do Bexiga, entre os anos 1920 até sua morte, em 1961.

Outros pontos só são vistos de longe, como os antigos edifícios Joelma e Andraus, palcos de incêndios nos anos 1970. O comboio passa pela praça da Sé também.

O passeio ainda esmiúça questões históricas que costumam passar batidas —caso da Liberdade, hoje tomado pela cultura oriental, mas que foi palco do enforcamen­to de escravos e tem um importante passado negro.

Ao todo, são cerca de 15 endereços, vistos em em duas horas. Caso o carro acabe se perdendo do veículo do fantasma, basta avisar o personagem pelo celular que ele dá um jeito de resgatar quem se desviou.

SIGA O FANTASMA

Aos sábados: 17, 24 e 31/7; de R$ 180 (duas pessoas) a R$ 325 (cinco pessoas); reservas pelo Whatsaapp: (11) 95651-2412.

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Divulgação O artista Cantoni interpreta o fantasma Angelo, que conduz um comboio em tour por lugares assombrado­s de São Paulo

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