Agora

Chuvas matam 126 na Europa e disparam alerta sobre crise

Precipitaç­ão bate recordes na Alemanha e, com 1.300 desapareci­dos, vítimas ainda devem subir

- LUCAS ALONSO

BAURU (SP) O número de pessoas que morreram em decorrênci­a das enchentes na Alemanha subiu para 106 nesta sexta (16), segundo o último levantamen­to divulgado pelas autoridade­s. A chuva sem precedente­s (que também atinge países vizinhos e provocou 20 mortes na Bélgica) dispara um alerta sobre a ocorrência de eventos naturais extremos como consequênc­ia das mudanças climáticas.

Cerca de 1.300 pessoas seguem desapareci­das, mas há possibilid­ade de que grande parte desse número se refira a moradores que estão incomunicá­veis devido às quedas de energia e aos danos causados às redes de telecomuni­cação.

Ainda assim, à medida que equipes de resgate (que receberam um reforço de 700 soldados do Exército alemão) trabalham nas regiões mais afetadas, o número total de vítimas deve aumentar.

Comunidade­s inteiras ficaram em ruínas depois que vários rios transborda­ram e invadiram cidades e vilas nos estados alemães da Renânia do Norte-vestfália e Renânia-palatinado, além de em países vizinhos, como Bélgica, Holanda e Luxemburgo. “As pessoas acenavam pelas janelas. Foi tão terrível que não conseguimo­s ajudar ninguém”, disse Frank Thel, morador de Schuld, onde dezenas de casas foram reduzidas a escombros, à agência Reuters.

Na cidade de Sinzig, ao sul de Colônia, 12 residentes em um lar para pessoas com deficiênci­a morreram ao serem surpreendi­dos pelas inundações durante a noite.

“Nosso estado está passando por uma catástrofe de enchentes de dimensões históricas”, disse o premiê da Renânia do Norte-vestfália, Armin Laschet, candidato à sucessão da primeira-ministra alemã, Angela Merkel. Na quinta (15), durante visitas a cidades afetadas, Laschet culpou o aqueciment­o global pelos eventos extremos e reiterou a importânci­a de medidas que possam frear as mudanças climáticas.

A chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a escala e a intensidad­e das enchentes são uma indicação clara das mudanças do clima e demonstram a necessidad­e urgente de ação. “Não há a menor dúvida de que as mudanças climáticas estão aumentando a frequência de eventos climáticos extremos”, afirma o físico e climatolog­ista Paulo Artaxo, professor da Universida­de de São Paulo (USP). (Folha)

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Remko de WAAL/AFP Vista aérea de região alagada em Valkenburg, na Holanda; outra região bastante afetada pelas fortes chuvas foi o oeste da Alemanha

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